20 de abril de 2024
Sergio Vaz

Marina fotografa!

É cedo demais da conta – mas agora tudo é assim, né?

Marina sabe fotografar.
Marina tem 5 anos e nem sequer um mês, e já sabe fotografar.
Muito provavelmente todas as crianças de 5 anos e nem sequer um mês de hoje em dia já fizeram fotos. Minha questão jamais é que Marina é precoce, que Marina é mais rápida, mais esperta, mais inteligente. Marina apenas é da geração que caiu no caldeirão de informação assim que nasceu, assim como o Obelix caiu no caldeirão de poção mágica.
De fato o que menos pesa pra mim é essa coisa competitiva.
Só acho que é cedo demais, meu Deus do céu e também da terra!
***
A mãe da pequena mandou para nós algumas fotos dela com duas das maiores, das mais velhas amigas, colegas ainda do colegial, do Equipe – e contou: “fotos by Marina”.
Fiquei chocado, confesso.
Mas minha filha brincou: Marina tinha cortado o cocuruto da Ana, a mais alta das três amigas. Ainda não é assim propriamente uma Richard Avedon, uma Annie Leibovitz, uma Olivian Moioli, uma Eliana Lourenço Rodrigues…
Tinham se encontrado as três grandes amigas, Fê, Ana e Yna, numa padaria, na manhã da Sexta-feira Santa. Tiago da Ana não tinha ido: estava gripado, nos informaria, de tarde, a própria Marina.
Soube por minha filha que ela não se importou nada de ficar um tempo ali com as três adultas: ficou feliz em fazer companhia para a mãe. Marina não apenas está crescendo depressa demais como sabe ser uma perfeita lady. (Quando quer, é claro.)

Acabamos inesperadamente ganhando, na tarde da Sexta-feira Santa, umas duas horas e meia com a pequena aqui em casa, enquanto a mãe produzia coisas. Foram duas horas e meia absolutamente deliciosas, como sempre é ficar com ela – mas o que quero contar é que, depois de a mãe chegar para buscar a pequena, tipo 6 da tarde, ficamos conversando um pouco, os 4, na cozinha, e eu comecei a falar da coisa de a pequena tirar fotos, e coisa e tal, e brincamos que ela tirava fora os cocurutos das pessoas, e ela se divertiu à beça, delicinha de pessoa, com a coisa de tirar fora os cocurutos. E, quando eu pedi para ela fazer fotos nossas, pra eu ver se ela sabia mesmo fazer fotos, brincou que queria fazer fotos da vovó sem o cocuruto.
E fez!
E aí a vovó fez fotos dela sem o cocuruto, e ela morria de rir.
Depois fez fotos nossas – eu entre minha filha e minha mulher, fotografado pela minha neta. Minhas três mulheres reunidas. Ah, meu, é felicidade demais…
E não é que ela quis fazer selfies?
Fez – divertindo-se demais, feliz da vida.
Coisa mais absolutamente preciosa.

***
A mãe não perdeu a oportunidade: disse que ela já fotografa bem porque puxou o pai.
***
Fui um garoto precoce, uma montanha de anos atrás, muito, mas muito antes da era do caldeirão da informação. Fiz meu primeiro caderno de filmes a partir dos 12 anos, e minhas primeiras fotos com uns 14. In illo tempore…
***
A anotação aí acima é de 30 de março. Absorto, entretido com tantas outras coisas que aconteceram nestes últimos dias, acabei não postando esta agenda do vô, que é especialmente preciosa não pelo texto, de forma alguma, mas pelos fatos, pela carinha de alegria com que Marina brincou com a coisa de fazer fotos com cocuruto e sem cocuruto.
Vai aí o post. Vale o antes tarde do que nunca.
N.E.: Também sou vovô. Tenho 5 netos (a mais velha tem 19 e os mais novos, gêmeos têm 11)… não há coisa mais maravilhosa que ser avô… por isso entendo perfeitamente seu sentimento. Parabéns pra você, pra Mary, pra mamãe, papai e principalmente pra Marina…

O Boletim

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