“Um paraíso na Terra”! Foi assim que minha filha descreveu Salt Spring Island quando esteve lá em 2019. Agora foi minha vez: acabei de voltar de Vancouver e, é claro, fui visitar a ilha!

Salt Spring Island é a maior das ilhas que compõem as Gulf Islands, localizadas no Estreito de Georgia, entre a costa continental da Província de British Columbia (onde está Vancouver) e a Ilha de Vancouver. O mapa abaixo vai facilitar a localização: dá para localizar a cidade de Vancouver na costa, a enorme Ilha de Vancouver com a capital da província, Victoria, no extremo sul, e as Gulf Islands entre as duas cidades.

No mapa abaixo, podemos ver as Gulf Islands mais de perto, com Salt Spring, que foi meu destino por três dias. Os trajetos tracejados mostram as rotas que os ferries fazem de Tsawwassen até as ilhas. Tsawwassen é onde está o terminal de ferries que liga o continente às ilhas do sul. O tracejado diferente é a fronteira entre Canadá e Estados Unidos.

A ilha tem cerca de 11 mil habitantes, o que é pouco para seu tamanho territorial. Mas aí é que está a característica das Gulf Islands: pequenas comunidades que nem podem ser chamadas de cidades, várias fazendas e sítios, e muita natureza. Matas intocadas, lagos, praias desertas, veadinhos aqui e ali, tudo isso rodeado por mar e ilhas vizinhas, que compõem um cenário realmente muito especial.

Salt Spring é a ilha mais desenvolvida do grupo. Sua maior comunidade é Ganges, onde há alguns hotéis, lojas de produtos diversos, inclusive de artesanato e arte em geral, e vários restaurantes e cafés. É em Ganges que acontece um ótimo mercado na praça central que vende produtos locais, diretos de fazendeiros da região.

Há dois portos onde os ferries atracam na ilha, o de Ganges e o de Fulford. Os ferries transportam veículos também, o que é indispensável nessas pequenas ilhas. É importante dizer que é necessário comprar os bilhetes para o ferry com antecedência pelo site bcferries.com para garantir vaga no horário mais conveniente.

Fulford é uma comunidade ainda menor que Ganges. Foi por Fulford que chegamos à Salt Spring Island.

Há vários passeios para se fazer em Salt Spring. Em termos de praias gostei muito da Beddis Beach. O acesso é feito por uma trilha linda, no meio da mata. Aliás, esse é o padrão: muitas trilhas. E melhor, trilhas sem a possibilidade de me deparar com algum urso! Foi assim que descobrimos outras praias pequenas, escondidas pela mata densa.

Outro programa é visitar algumas das várias pequenas fazendas e sítios para compra de produtos. São muitos itens oferecidos: desde queijos de cabra, azeitonas, geleias, pastinhas diversas, biscoitos, bolos… e só de me lembrar, já está dando tristeza porque acabou e era tudo divino.

Algumas fazendas têm inclusive espaços ao ar livre onde oferecem sanduíches e outras delícias para serem consumidas no local, geralmente no meio de jardins muito bonitos.

A fazenda dos queijos de cabra das fotos acima tem uma estrutura, com funcionários atendendo o público. Outras fazendas têm simplesmente um ponto de venda na entrada de suas propriedades, onde estão expostos os produtos. Como se compra os produtos sem a presença do vendedor? É pegar e pagar, simples assim, sem controle humano, e na confiança do caráter do consumidor. Impressionante!

Outra atividade bem comum nas Gulf Islands é o esporte náutico. Muitos possuem barcos à vela e outros, como nós, alugam caiaques para passear pelos longos e mansos canais. E assim lá fui eu, caiaqueira de primeiríssima viagem, acompanhada pelo filho e por outros caiaques da família. Foi 1h20 remando forte até uma minúscula e bucólica ilhota com praia de areias brancas. E depois outro tanto para retornar ao ponto inicial. Nunca pensei que conseguisse completar o percurso. Foi uma experiência maravilhosa!

Nosso último atrativo a conhecer em Salt Spring foi o Mount Maxwell Provincial Park, que tem altitude máxima de 580m, e é o ponto mais alto da ilha. A área é bem extensa e há inúmeras trilhas que descortinam diferentes visuais da região. A estrada de acesso é de terra e meio esburacada, mas vale demais visitar esse parque.

Conclusão: minha filha estava certa!

Mônica Sayão

“Arquiteta de formação e de ofício por muitos anos, desde 2007 resolveu mudar de profissão. Desde então trabalha com turismo, elaborando roteiros e acompanhando pequenos grupos ao exterior. Descobriu que essa é sua vocação maior.”