Hoje retomo e concluo meu relato sobre Pedra Azul, na serra do Espírito Santo.
Para quem não leu a coluna anterior, que é a primeira parte, sugiro que comecem por ela, porque explica muita coisa e também minha experiência pessoal sobre a região.
DICAS DE PEDRA AZUL:
1 – Um hotel:
Há muitos hotéis em Pedra Azul, de todos os tipos e para todos os bolsos. É uma questão de pesquisar qual se adequa melhor ao seu estilo de vida (e de bolso…).
Vou mencionar a Pousada Pedra Azul (bem junto à Pedra, rodeada de verde, projetada por Zanine Caldas, com lago, piscina, quadras de tênis); a Pousada Rabo do Lagarto (no início da Rota do Lagarto, muito sofisticada e com decoração charmosíssima); e o Hotel Bristol Vista Linda (hotel grande, bom para grupos, para crianças, com piscina, elevador e bastante conforto, mas não tão perto da Rota do Lagarto).
Mas se tivesse que escolher um hotel para meu estilo de vida, esse seria o Villa Uliana Hospedagem. Não se avista a Pedra Azul a partir dele, mas há um conceito de rusticidade com sofisticação que muito me encanta.
Os proprietários, Vagner Uliana e Bia Fernandes, projetaram tudo por conta e gosto próprios. O que me arrebatou de vez foram as áreas em comum: o espaço do restaurante e bar, e também a loja/cafeteria, tudo com apelo estético fantástico.
O restaurante e bar estão à beira de um lago bucólico, salpicado de patos simpáticos.
A loja de presentes fica dentro de um container de aço, uma ideia bastante original e atraente.
Os cafés da Villa Uliana são o maior orgulho dos proprietários. Vagner discorre sobre eles com orgulho. Aliás, a região se transformou num centro produtor de cafés de alta qualidade. A lojinha é um charme, com produtos de ótimo design e guloseimas para lá de deliciosas.
A pousada tem chalés espalhados pela propriedade, o que dá muita privacidade ao hóspede e uma atmosfera mais rural. Não cheguei a conhecê-los porque estavam todos ocupados e eu estava hospedada no sítio da minha família.
Um detalhe que devo mencionar: o acesso à Villa Uliana é bem tranquilo, mas há um pequeno trecho de terra, após a saída da BR262. A estrada é plana e bem conservada.
2 – Um produtor de café:
Como disse a pouco, a região está bombando com cultivo de cafés e torra de alta qualidade.
Tenho que falar sobre um produtor em especial, a Fazenda Camocim. Pioneira como produtora de cafés orgânicos, biodinâmicos, com diversas certificações e grande credibilidade internacional, talvez tenha sido a visita mais surpreendente que fiz. O cultivo é feito sem agrotóxicos ou aditivos químicos.
A Fazenda Camocim também é conhecida por produzir o Café de Jacu, único no mundo, com elevado grau de pureza.
A primeira visão foi de um lago rodeado de muita vegetação, e, ao fundo, uma estrutura bem contemporânea, envidraçada e debruçada sobre o espelho d´água. Foi inesperado!
A construção é muito interessante. Há dois espaços distintos: um no térreo e outro no primeiro andar, para tomar um café com bolo, por exemplo, e ouvir a história da Fazenda contada por um de seus gentis funcionários. Os espaços são bem decorados, com mobiliário bacana, e linda vista do lago.
3 – Uma visita ao Parque Estadual da Pedra Azul:
Se o leitor gostar de trilhas e cachoeiras, esse passeio será um sucesso.
O Parque da Pedra Azul existe desde 1991 com o intuito de preservar a fauna e a flora locais. Ele ocupa uma área de 1.240 hectares e sua entrada encontra-se na parte mais alta da Rota do Lagarto.
O Parque possui um circuito de trilhas auto-guiadas, que permite conhecer piscinas naturais, mirantes, vegetação e, com sorte, animais. Os circuitos variam de 1km a 3,5km de extensão. Para os mais aventureiros pode-se fazer escalada ao cume da Pedra Azul, mas para isso é necessário agendamento.
4 – Um passeio de quadriciclo:
Para quem quiser fazer um programa interessante, com boa dose de emoção, recomendo o passeio de quadriciclo, que vai por um caminho em propriedade particular até chegar bem próximo da Pedra Azul propriamente dita. Em dia bonito o visual lá de cima é muito especial.
Quem oferece esse serviço é a Pedra Azul Eco parque, de mais um descendente italiano daqueles imigrantes originais, como expliquei na coluna anterior.
Cabem duas pessoas em cada quadriciclo, que podem ir juntas, ou uma em cada equipamento. Um guia acompanha o grupo. O passeio é de uns 40min de duração.
5 – Um pôr do sol “raiz”:
Gosto muito dessa expressão “raiz”, bastante usada ultimamente. Achei oportuno chamar esse pôr do sol de “raiz” por não ser turístico: só mesmo os da terra conhecem esse recanto. É um lugar simples, onde há um bar que serve belisquetes e bebidas, tudo para esperar o sol se despedir de mais um dia.
É de uma simplicidade contagiante! Nada é tão “raiz”…
Assim termino meu relato sobre essa experiência maravilhosa que tive recentemente.
“Arquiteta de formação e de ofício por muitos anos, desde 2007 resolveu mudar de profissão. Desde então trabalha com turismo, elaborando roteiros e acompanhando pequenos grupos ao exterior. Descobriu que essa é sua vocação maior.”