3 de outubro de 2024
Turismo

Pedra Azul, um paraíso no Espírito Santo – Parte 2

Hoje retomo e concluo meu relato sobre Pedra Azul, na serra do Espírito Santo.

Para quem não leu a coluna anterior, que é a primeira parte, sugiro que comecem por ela, porque explica muita coisa e também minha experiência pessoal sobre a região.

DICAS DE PEDRA AZUL:

1 – Um hotel:

Há muitos hotéis em Pedra Azul, de todos os tipos e para todos os bolsos. É uma questão de pesquisar qual se adequa melhor ao seu estilo de vida (e de bolso…).

Vou mencionar a Pousada Pedra Azul (bem junto à Pedra, rodeada de verde, projetada por Zanine Caldas, com lago, piscina, quadras de tênis); a Pousada Rabo do Lagarto (no início da Rota do Lagarto, muito sofisticada e com decoração charmosíssima); e o Hotel Bristol Vista Linda (hotel grande, bom para grupos, para crianças, com piscina, elevador e bastante conforto, mas não tão perto da Rota do Lagarto).

Mas se tivesse que escolher um hotel para meu estilo de vida, esse seria o Villa Uliana Hospedagem. Não se avista a Pedra Azul a partir dele, mas há um conceito de rusticidade com sofisticação que muito me encanta.

Villa Uliana e seu restaurante. Primeira imagem ao chegar. (Fonte: Mônica Sayão)

Os proprietários, Vagner Uliana e Bia Fernandes, projetaram tudo por conta e gosto próprios. O que me arrebatou de vez foram as áreas em comum: o espaço do restaurante e bar, e também a loja/cafeteria, tudo com apelo estético fantástico.

O restaurante e bar estão à beira de um lago bucólico, salpicado de patos simpáticos.

A loja de presentes fica dentro de um container de aço, uma ideia bastante original e atraente.

Os cafés da Villa Uliana são o maior orgulho dos proprietários. Vagner discorre sobre eles com orgulho. Aliás, a região se transformou num centro produtor de cafés de alta qualidade. A lojinha é um charme, com produtos de ótimo design e guloseimas para lá de deliciosas.

A pousada tem chalés espalhados pela propriedade, o que dá muita privacidade ao hóspede e uma atmosfera mais rural. Não cheguei a conhecê-los porque estavam todos ocupados e eu estava hospedada no sítio da minha família.

O restaurante da Villa Uliana é o maior charme. (Fonte: Mônica Sayão)
Vila Uliana: decoração e paisagismo pensados com muito bom gosto. (Fonte: Mônica Sayão)
A loja/cafeteria foi instalada em um container. Aqui é possível tomar um café produzido na propriedade. Delicioso, por sinal! (Fonte: Mônica Sayão)
Café do Villa Uliana. (Fonte: Mônica Sayão)
Visão a partir do restaurante da Villa Uliana. Nada mal! (Fonte: Mônica Sayão)

Um detalhe que devo mencionar: o acesso à Villa Uliana é bem tranquilo, mas há um pequeno trecho de terra, após a saída da BR262. A estrada é plana e bem conservada.

Os chalés espalhados pela propriedade. (Fonte: www.facebook.com/villauliana)

2 – Um produtor de café:

Como disse a pouco, a região está bombando com cultivo de cafés e torra de alta qualidade.

Tenho que falar sobre um produtor em especial, a Fazenda Camocim. Pioneira como produtora de cafés orgânicos, biodinâmicos, com diversas certificações e grande credibilidade internacional, talvez tenha sido a visita mais surpreendente que fiz. O cultivo é feito sem agrotóxicos ou aditivos químicos.

A Fazenda Camocim também é conhecida por produzir o Café de Jacu, único no mundo, com elevado grau de pureza.

A primeira visão foi de um lago rodeado de muita vegetação, e, ao fundo, uma estrutura bem contemporânea, envidraçada e debruçada sobre o espelho d´água. Foi inesperado!

A construção é muito interessante. Há dois espaços distintos: um no térreo e outro no primeiro andar, para tomar um café com bolo, por exemplo, e ouvir a história da Fazenda contada por um de seus gentis funcionários. Os espaços são bem decorados, com mobiliário bacana, e linda vista do lago.

Fazenda Camocim: espaço no térreo. (Fonte: Mônica Sayão)
Detalhe do andar térreo. (Fonte: Mônica Sayão)
Espaço no primeiro andar. (Fonte: Mônica Sayão)
Fazenda Camocim: tudo muito charmoso. (Fonte: Mônica Sayão)
E aqui está o Café de Jacu: realmente delicioso! (Fonte: Mônica Sayão)

3 – Uma visita ao Parque Estadual da Pedra Azul:

Se o leitor gostar de trilhas e cachoeiras, esse passeio será um sucesso.

O Parque da Pedra Azul existe desde 1991 com o intuito de preservar a fauna e a flora locais. Ele ocupa uma área de 1.240 hectares e sua entrada encontra-se na parte mais alta da Rota do Lagarto.

O Parque possui um circuito de trilhas auto-guiadas, que permite conhecer piscinas naturais, mirantes, vegetação e, com sorte, animais. Os circuitos variam de 1km a 3,5km de extensão. Para os mais aventureiros pode-se fazer escalada ao cume da Pedra Azul, mas para isso é necessário agendamento.

4 – Um passeio de quadriciclo:

Para quem quiser fazer um programa interessante, com boa dose de emoção, recomendo o passeio de quadriciclo, que vai por um caminho em propriedade particular até chegar bem próximo da Pedra Azul propriamente dita. Em dia bonito o visual lá de cima é muito especial.

Quem oferece esse serviço é a Pedra Azul Eco parque, de mais um descendente italiano daqueles imigrantes originais, como expliquei na coluna anterior.

O caminho do quadriciclo. (Fonte: Mônica Sayão)
Mais do trajeto de quadriciclo. (Fonte: Mônica Sayão)
O “gran finale”. (Fonte: Mônica Sayão)

Cabem duas pessoas em cada quadriciclo, que podem ir juntas, ou uma em cada equipamento. Um guia acompanha o grupo. O passeio é de uns 40min de duração.

5 – Um pôr do sol “raiz”:

Gosto muito dessa expressão “raiz”, bastante usada ultimamente. Achei oportuno chamar esse pôr do sol de “raiz” por não ser turístico: só mesmo os da terra conhecem esse recanto. É um lugar simples, onde há um bar que serve belisquetes e bebidas, tudo para esperar o sol se despedir de mais um dia.

Toca do Lagarto: point dos locais. (Fonte: Mônica Sayão)
Essa é a visão do sol indo embora, em frente à Toca do Lagarto. (Fonte: Mônica Sayão)

É de uma simplicidade contagiante! Nada é tão “raiz”…

Assim termino meu relato sobre essa experiência maravilhosa que tive recentemente.

Mônica Sayão

“Arquiteta de formação e de ofício por muitos anos, desde 2007 resolveu mudar de profissão. Desde então trabalha com turismo, elaborando roteiros e acompanhando pequenos grupos ao exterior. Descobriu que essa é sua vocação maior.”

“Arquiteta de formação e de ofício por muitos anos, desde 2007 resolveu mudar de profissão. Desde então trabalha com turismo, elaborando roteiros e acompanhando pequenos grupos ao exterior. Descobriu que essa é sua vocação maior.”

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