Delft, na Holanda (ou melhor, nos Países baixos), reúne tudo de melhor que o país pode oferecer aos seus visitantes. É uma cidade universitária pequena, com cerca de 100 mil habitantes, cortada por canais, com aquela linda e típica arquitetura holandesa e cheia de vida. Tem muito charme, para todo lado. É uma Amsterdam bem menor, com poucos turistas. Exceto aos sábados, onde muitas coisas acontecem na cidade como vocês verão adiante. Foi amor à primeira vista e sei que esse sentimento é compartilhado por muita gente.
É a terra da porcelana azul de Delft, reconhecida mundialmente. E acima de tudo, para mim, é onde o pintor Johannes Vermeer nasceu, trabalhou e morreu. Não consigo disfarçar minha predileção pelo pintor de “Moça com Brinco de Pérola”, “A Leiteira” e “Moça Lendo uma Carta à Janela”, entre outras tantas preciosidades. Um dos ícones da Idade de Ouro dos Países Baixos, Vermeer morreu aos 43 anos, em 1675. Caminhar pelas ruas de Delft, por onde ele certamente caminhava, foi uma bela emoção.
A cidade fica a 1 hora de trem de Amsterdam, então é possível fazer um bate e volta. O centro é pequeno e tudo pode e deve ser feito a pé.
Mas gostaria de lembrar que Delft está localizada entre Rotterdam e Haia, duas cidades que valem demais ser visitadas. Se houver disponibilidade, vale a pena pernoitar em Rotterdam, por exemplo, e depois conhecer as outras duas.
O que fazer em Delft:
Praça do Mercado (Markt) – é o coração da cidade, onde estão a Nieuwe Kerk (Igreja Nova) e do outro lado da praça, a Stadhuis (Prefeitura). A Igreja Nova, construída entre 1383 e 1510, abriga os restos mortais da família real holandesa. Ela tem uma enorme torre central, e do topo se tem vistas lindas da cidade.
Stedelijk Museum – É o museu mais importante de Delft, com um belo acervo de pinturas e porcelanas. É um museu pequeno mas muito interessante porque conta a história de Guilherme de Orange, da Casa Orange-Nassau (família do rei atual) e de sua resistência na guerra entre Holanda e Espanha. Há também um lindo jardim ao lado, o Prinsenhof.
Vermeer Centrum – A casa onde nasceu, viveu e morreu Vermeer, é hoje um espaço onde é possível ver imagens de seus quadros e uma réplica de seu estúdio. É uma boa opção para quem não pode ir ao Mauritishuis Museum em Haia, cidade a 20 min de Delft, onde estão os mais importantes originais de Vermeer.
Oude Kerk (Igreja Velha) – Igreja gótica do século XIII, com suas quatro torres no topo da torre central, que a diferenciam da Nieuwe Kerk (Igreja Nova). Lá estão enterradas figuras holandesas importantes, inclusive Johannes Vermeer.
Fábrica de Porcelana – O nome é Royal Delft e foi fundada em 1653. Ela é a única fábrica remanescente das 32 que existiam em Delft no século XVII. Conta a história que a partir de 1600 a Holanda importou a porcelana chinesa, que agradou demais ao público. Por conta de uma guerra civil na China, a importação foi afetada mas a demanda na Holanda continuou alta. Assim nasceram as fábricas holandeses. Uma visita à Royal Delft é muito interessante para ver de perto a icônica porcelana azul e branca. Há um museu, loja para aquisição de peças, e um restaurante para um café ou refeição, o Brasserie1653. Mais informações pelo site da fábrica (www.royaldelft.com).
Brabantse Turfmarkt – Essa é uma rua com canal onde acontece uma famosa feira de flores aos sábados. Na realidade é de flores mas logo adiante também é de frutas, legumes e aqueles queijos maravilhosos. É um ambiente ótimo, divertido, cheio de gente, inclusive moradores com suas sacolas recicláveis. E mais adiante a gente vê mais barracas, já em outro canal, onde se encontra de tudo, desde antiguidades, roupas, cerâmicas etc.
Por isso sempre sugiro uma ida a Delft aos sábados. A dica é curtir sem pressa essa atmosfera alegre. Quando der fome, parar em um dos vários pequenos restaurantes para um almoço típico, de preferência ao ar livre, se o tempo permitir, onde não pode faltar os deliciosos croquetes de carne com uma saladinha.
Não deixem de conhecer Delft, principalmente em um sábado ensolarado.
“Arquiteta de formação e de ofício por muitos anos, desde 2007 resolveu mudar de profissão. Desde então trabalha com turismo, elaborando roteiros e acompanhando pequenos grupos ao exterior. Descobriu que essa é sua vocação maior.”