Não sei se com algum de vocês foi assim, mas nos meus tempos de pré-adolescente na escola, enquanto a professora (ou professor) se desdobrava em frente ao quadro negro, era comum eu desenhar um monte de carrinhos nas margens das folhas dos cadernos. Mesmo quando a aula era interessante – e eu costumava gostar de boa parte delas –, o lápis seguia furioso em minha mão, traçanco rodas meio ovais e portas nos formatos mais curiosos.
O talento para o desenho não estava entre os meus maiores dotes. Na verdade, acho que nem entre os menores. Mas isso nunca me fez parar de rabiscar. Aviões, casas e edifícios e, sobretudo, os tais carrinhos estranhos. Alguns inspirados em desenhos animados e histórias em quadrinhos, mas a grande maioria simplesmente pescada no fundo da imaginação, de forma quase inconsciente, sem maiores considerações mentais.
Nunca tive a menor ambição – sério! – de ser um projetista de automóveis quando crescesse. Mas segui com esse quase vício motor (com duplo sentido) até, sei lá, o ensino médio. Àquela altura, mais sabido em termos dos carros reais, os meus rabiscos pelo menos guardavam alguma realção, ainda que meio torta e desproporcionada, com a realidade que via nas ruas e nas revistas.
Passou o tempo e deixei de lado os desenhos, dedicando aos automóveis outro tipo de atenção – de preferêcia, que envolvesse estar ao volante deles. Olhando para essa seleção de microcarros do pós-guerra que garimpei na internet, porém, fui atacado pela nostalgia e, também, de uma súbita imodéstia. E comecei a achar que sim, eu poderia perfeitamente ter seguido carreira como designer de automóveis – pelo menos lá nos anos 1940 e 1950, rs.
Os modelos, todos eles reais até onde pude apurar, se não são lá grandes coisas em termos de meio de transporte (a segurança deve ser um espanto…), certamente ainda fazem muitas crianças parecidas com a que eu fui sorrirem e, quem sabe, ficarem com uma vontade irresistível de desenhar.
Fonte: Blog Rebimboca
Veículos
Uma coleção de microcarros de sonho (ou de desenho?)
- Por Henrique Koifman
- 28 de junho de 2019
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