25 de abril de 2024
Veículos

Renegade 4×4 agora é flex, mas será elétrico

A Jeep apresentou ontem, 10/2, a linha 2022 do Renegade, o menor de seus SUVs. Como costuma acontecer com modelos que já tem algum tempo de mercado, o carro traz retoques estéticos e alguns acessórios aqui e ali, Mas traz, também, uma grande novidade – e é sobre esta que vou falar aqui: a motorização. Se quiserem conferir a parte visual e de recursos, sugiro uma visitinha ao site da montadora, onde eles são descritos em detalhes e, certamente, com os melhores adjetivos.

Bom, resumindo, saem de cena, de uma só vez, os propulsores flex 1.8 EtorQ e o 2.0 Multijet turbodiesel, sendo substituídos pelo mais recente 1.3 T270 flex turbinado. Inclusive nas versões 4×4 do carro – as que só eram disponíveis com o diesel até aqui. Por que uma mudança tão radical?

Para começo de conversa, o motor 1.8 estava bem defasado e vai sair logo de linha também nos outros modelos que o utilizavam, como o Argo e o Cronos. Quanto ao 2.0 turbodiesel, ele custa mais caro, vem importado da Itália e, para continuar equipando os “manos maiores” Compass e Commander 4×4, precisou receber alguns ajustes por conta das novas regras de emissões. Nada que não pudesse ser feito, também, no Renegade, mas que exigiria um investimento que sua pequena fatia nas ótimas vendas do modelo não justificavam.

O que é uma pena, me apresso em dizer, pois gostava muito do jeitão (e da performance) do Renegade a diesel, como cheguei a postar aqui (link).

Comparando os motores

Em termos de potência, o novo motor ganha dos dois anteriores, com até 185cv, contra os 139cv (1.8) e 170cv (2.0). Perde para o turbodiesel no torque, com seus 27,5 kgfm contra os mais generosos 35,7 kgfm do veterano. E aí está, na prática, aquela que seja a sua única desvantagem. Que não é nada desesperadora, pois, convenhamos, os 27,5 “quilos” de força devem ser (ainda vamos testar isso) suficientes para mover o carro direitinho, mesmo em situações em que a tração nas quatro rodas estiver em uso.

Digo isso porque já tive a oportunidade de testar o irmão imediatamente acima do Renegade em tamanho, o Compass, com a mesma mecânica. Pelo menos na versão 4×2, ele anda bem a beça (veja aqui).

As outras vantagens que costumam ser comuns aos motores a diesel são o baixo consumo e a robustez. Sobre a primeira, o 270T tem em seu favor ser, também, bem econômico. Sua relação potência x sede é bem aceitável, na ponta do lápis, talvez até próxima ao do rival a óleo. Sobre a segunda, com cerca de um ano no mercado, não tenho como afirmar nada.

Será uma tendência?

Uma vez que as versões 4×4 do Renegade passaram a usar um motor flex turbo, será que Compass e Commander também aposentarão o diesel? Isso só que pode responder de forma confiável é a Jeep, claro. Mas, na teoria, isso seria perfeitamente possível. Motores turbinados têm como uma de suas vantajosas características justamente a abundância de torque já em baixas rotações. Você não precisa pisar muito para ter força suficiente para vencer obstáculos, algo muito importante em condições de off-road, onde rodas patinando alucinadas geralmente conduzem a atolamentos ou coisas piores.

Pelo peso e porte maior, para o Commander talvez esse motor turbo flex tivesse de ser um pouco maior, quem sabe com capacidade volumétrica ampliada para uns 1.6 litros, o que geraria um tanto mais de torque. Tenho a impressão de que a Stellantis (conglomerado ao qual pertence a FCA, que por sua vez é dona da Jeep) já deve estar testando algo assim.

Mas vale comentar, também, que a verdadeira solução tecnológica para o futuro próximo são os motores elétricos, associados ou não a outros flex (nos modelos híbridos). Além de serem uma tendência global irreversível, por causa das emissões de CO2 – não somente pelos carros em si, mas também por toda a indústria do petróleo –, os motores elétricos são infinitamente mais eficientes, robustos, baratos (têm muito menos componentes) e esbanjam justamente o que jipeiros mais prezam: o tal do torque, totalmente disponível neles já a partir dos primeiros RPM.

Ou seja, flex ou diesel menos poluente, o que vier por aí nesses próximos anos não passa de solução intermediária e temporária, até os elétricos tomarem conta do mercado. Inclusive sob o capô dos futuros SUVs compactos e 4×4, como o simpático Renegade. E isso não vai demorar tanto quando pode parecer. Se você gosta de off-road, vale ir pensando em como adaptar as instalações de força em sua garagem.

Fonte: Blog Rebimboca

Henrique Koifman

Jornalista, blogueiro e motorista amador.

Jornalista, blogueiro e motorista amador.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *