O assalto desta madrugada em Criciúma é um dos fatos mais importantes da semana. Cerca de 30 homens em 10 carros, carregando armas pesadas, roubaram bancos e atacaram a PM local.
Há algum tempo, seis meses, creio, houve um assalto semelhante em Ourinhos.
Não existia essa forma de ataque no sul do País. No entanto é comum no Nordeste. Estive lá fazendo um documentário sobre o que chamamos de Novo Cangaço.
Usando uma superioridade numérica, os bandidos atacam a cidade, cercam o prédio da PM e da delegacia, enquanto realizam os assaltos.
Os bancários baianos, falei com um representante deles, reclamam muito do fato dos bancos não investirem o adequado na segurança e eles acabam se tornando o alvo.
Falei com policiais nordestinos e eles acham que os bandidos são muito bem treinados e que alguns podem ser até ex-militares.
Esse problema nunca foi enfrentado com êxito. Agora ele se desloca para o sul do país e a resposta é a mesma perplexidade de Criciúma.
Robôs entraram nas redes afirmando que era preciso ter licença de armas pois assim teriam resistido de suas janelas. Não sei como enfrentariam bazucas. São robôs pois há centenas de mensagens idênticas de supostos moradores do centro de Criciúma.
No campo político, o governo contratou uma empresa para mapear cerca de 80 jornalistas, dividindo-os em detratores, simpáticos ao governo e neutros.
Os considerados detratores apenas fiscalizam. O documento da empresa foi denunciado e ela veio a público agora pedir desculpas. Ganhou um bom dinheiro, cerca de R$2,5 milhões para fazer essa bobagem.
Estou muito triste com a história do morador de rua de Ipanema que moreu numa padaria sem que ninguém o socorresse ou mesmo chamasse uma ambulância. As pessoas continuaram tomando seu café, indiferentes à tragédia. O corpo foi coberto com um plástico preto.
Que horror.
Fonte: Blog do Gabeira