Passou um pouco em branco a declaração de Bolsonaro de que houve fraude nas eleições americanas e que sabia disso porque tinha fontes próprias.
Qualquer presidente que dissesse isso em outro país, provocaria um grande escândalo. Mas no caso de Bolsonaro ninguém deu muita atenção.
Quais seriam suas fontes? A ABIN conseguiu monitorar as eleições americanas de maneira mais eficaz que o FBI ou a CIA. Bolsonaro teria um sargento que lhe informa na Filadélfia, conseguia por acaso um delegado em Las Vegas?
Essas pequenas loucuras na boca do presidente de República deveriam chamar mais atenção.
Na verdade, o seu comportamento geral deveria ser um pouco mais observado.
Conheço pessoas que o veem, por força de ofício, diariamente e anotam indícios de um certo desequilíbrio.
Um deles foi aquele discurso em que disse que sua vida era uma desgraça, que só lhe traziam problemas, que não podia sair na rua para tomar um caldo de cana e comer um pastel porque seria seguido pela urubuzada, isto é os jornalistas que cobrem o Palácio.
Naquele discurso, Bolsonaro disse qual era o valor de seu cartão de crédito, informou que mantinha as emas (logo elas que o hostilizam tanto) com seu próprio dinheiro.
Um presidente da República que ameaça os Estados Unidos com uso de pólvora já não está mais no uso de suas faculdades normais.
Será necessário observar Bolsonaro no cotidiano. Os puxa-sacos jamais vão dizer que há algo errado. Vão aplaudir todas as loucuras.
A notícia de que Sérgio Moro vai integrar um escritório de advocacia que cuida da recuperação da Odebrecht indica para mim que dificilmente será candidato.
Aliás, ele mesmo tem desmentido isto. Seria fácil como advogado argumentar sobre seu novo emprego, mas quase impossível como candidato.
Tempo de comecar a trabalhar nas cidades. Acabou o período eleitoral. Hora da realidade, bem mais dura que as promessas de campanha.
Bruno Covas destacou a vitória da ciência em São Paulo, isto é de uma política que respeita os conselhos cientificos.
Eduardo Paes acentuou a importância da diversidade, numa metrópole como o Rio que é a encruzilhada da várias culturas.
Bolsonaro não segue a ciência nem aceita a diversidade. Perdeu nas duas capitais.
Fonte: Blog do Gabeira