Entre a poesia e a ironia eis o amor na sua forma mais divertida


Eu não tenho dúvida de que o amor nasceu daquela famosa desobediência acontecida no Jardim do Éden. Não se sabe ao certo se foi por fome, mas o fato é que Eva não resistiu à suculência daquela maçã pendurada na frondosa “árvore do conhecimento” e não se fez de rogada. Tascou-lhe uma dentada, gostou e acabou oferecendo a Adão que, inconteste, caiu de boca e adorou.
O que aconteceu depois todos sabemos. O casal desobedeceu ao Criador, ponto final! E não teve jeito. Adão e Eva foram expulsos, tornaram-se mortais e pecadores. Mas, como a obra de Deus é completa, acabaram por descobrir o amor.
De lá pra cá, amar e amor talvez sejam, em todos os tempos, os temas mais decantados em prosas, poesias, frases, cânticos, contos, arte, teatro, cinema e outras manifestações humanas.
E as frases, desde as mais lindas e poéticas às mais irreverentes e engraçadas, algumas delas eternizadas pelo saudoso Jô, pontuam o nosso cotidiano de enlevo ao tema num contraponto que torna a vida ainda mais bela, apaixonante e divertida.
Enquanto Quintana postula que é “Tão bom morrer de amor! E continuar vivendo…” vem um espirituoso e contrapõe dizendo que “O amor não é aquilo que te deixa sem fôlego. O nome disso é asma.”
Shakespeare ao dizer que “O amor não se vê com os olhos, mas com o coração” inspira o burlesco que dispara: “O amor não traça o seu destino. O nome disso é GPS”
Num momento de esplendor poético o francês Vitor Hugo afirma que “Morrer de amor é viver dele” e inspira Gandhi na sua genial definição de que “O amor é a força mais sutil do mundo”. Ambos dão asa a um folgazão dizer que “O amor não atrai os opostos. O nome disso é ímã.”
E Sêneca, hein? “O amor não se define; sente-se.” Sensacional! E aí o encantamento cede lugar ao inconveniente que solta “O amor não lhe dá forças pra superar os obstáculos. O nome disso é tração nas quatro rodas.”
“Amai, porque nada melhor para a saúde que um amor correspondido.” Bem Vinicius de Moraes! Quase não precisa de assinatura. Bem pândego, quase broxante, diria, fica por conta do divertido “O amor realmente não mostra o que existe dentro de você. O nome disso é endoscopia.”
Essa do Cooke, “Sábios são aqueles que se entregam às loucuras do amor” contrapõe-se perfeitamente à essa máxima da galhofa de que “O amor não é aquilo que lhe faz provar várias posições na cama. Isso é insônia.”
“Encontrar o amor é descobrir o que faltava na vida” do excepcional Ruskin, não merecia qualquer senão ou qualquer brincadeira. Mas não há limite para o popularesco irreverente e “O amor não é aquilo que toca as pessoas lá no fundo. O nome disso é exame de próstata” surge como algo alegre, divertido e engraçado que tão bem faz à vida.
Concluo, na certeza de que o amor, na sua mais abrangente definição, seja filosófica, poética ou irreverente, está presente no melhor da vida e do viver. Faz parte da existência humana, às vezes pleno, às vezes velado, às vezes esquecido, às vezes indiferente. Não importa.
Importa ele existir!