29 de março de 2024
Adriano de Aquino Colunistas

O filme “A Filha Perdida”

Imagem: Google Imagens – Rolling Stone – UOL

Produção ‘cabeça’ da Netflix- com roteiro e direção de Maggie Gyllenhall, tendo no papel central a atriz Olivia Colman, uma mulher de 48 anos, e, interpretada pela atriz Jessie Buckley, nas memórias da sua vida na faixa dos 20/30 anos. A película é um dramalhão que não convence o espectador.

Jessie, faz uma mulher de 30, cheia de desejos e ambições intelectuais. Frustrada no casamento e de saco cheio da vida doméstica, abandona o marido e as duas filhas pequenas(6 e 7 anos) para viver uma vida de liberdade, realizações intelectuais e aventuras sexuais.

A intelectual só vai dar conta da tremenda confusão emocional de 20 anos atrás quando, já mulher madura(48 anos), resolve tirar férias numa praia da Grécia e dá de cara com uma jovem mãe (Dakota Johnson, a gata dos ’50 tons de cinza’ ) que cuida, displicentemente, de uma filha na faixa dos 6 anos.

De repente, a menina que era filha da Dakota – desaparece na praia. Colman a encontra e a devolve à família. Contudo, esconde a boneca da menina no seu apartamento de veraneio.

O roteiro é cheio de buracos.

Não há ligação plausível entre a personagem intelectualizada, interpretada por Colman, com a personagem fútil interpretada pela Dakota. Porém, a roteirista /diretora usa esse encontro como epicentro da trama de duas mulheres em crise conjugal/familiar.

Nada se sabe sobre o que aconteceu com uma das filhas da personagem central. Porém, suas angustiadas lembranças insinuam que algo grave aconteceu.

O quê? O desaparecimento ou morte de uma das filhas? Ou será a dor tardia do abandono da sua família, com a atitude tomada pela personagem aos 30 anos de idade? Não se fica sabendo.

Filmes ‘cabeça’ deixam a solução final para o espectador. Mas, nem todo filme ‘cabeça’ recorre ao clichê da jovem Dakota ferir a senhora com um alfinetão de prender o chapéu no cabelo, que ganhou da própria senhora Colman.

Caso o filme pretendia focar no sofrimento gerado pelo abandono, obsessão e culpa, a única vitima que se sustenta no roteiro é uma boneca sequestrada que leva a menina – filha da Dakota com um homem mau(😄) – a sofrer uma perda, para que uma mulher neurótica,aos 48 anos de idade, em férias na Grécia, caia em si e tome consciência de que é cruel.

Assistam ao trailler oficial:

Adriano de Aquino

Artista visual. Participou da exposição Opinião 65 MAM/RJ. Propostas 66 São Paulo, sala especial "Em Busca da Essência" Bienal de São Paulo e diversas exposições individuais no Brasil e no exterior. Foi diretor dos Museus da FUNARJ, Secretário de Estado de Cultura do Rio de Janeiro, diretor do Instituto Nacional de Artes Plásticas /FUNARTE e outras atividades de gestão pública em política cultural.

Artista visual. Participou da exposição Opinião 65 MAM/RJ. Propostas 66 São Paulo, sala especial "Em Busca da Essência" Bienal de São Paulo e diversas exposições individuais no Brasil e no exterior. Foi diretor dos Museus da FUNARJ, Secretário de Estado de Cultura do Rio de Janeiro, diretor do Instituto Nacional de Artes Plásticas /FUNARTE e outras atividades de gestão pública em política cultural.

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