19 de abril de 2024
Adriano de Aquino

Paloma Jorge Amado


A cada convocatória de rebelião social contra a Lava Jato e pela liberdade – acima da Lei – para Lula, feitas por Roberto Requião (Maria Louca), o robô virtual fica tão puto que – à revelia – faz um download automático de um texto da Paloma Jorge Amado, postado há um tempão no Facebook e cola na minha TL.
No texto, Paloma fala sobre a agressão que sofreu por parte da ‘perua’ Requião (foto) e do próprio senador.A agressão aconteceu durante viagem da família Jorge Amado a Paris.
Paloma postou esse texto bem depois do fato deplorável em Paris.Fez por que se sentiu indignada com a agressão do senador ao jornalista Victor Boyadjian, da Rádio Bandeirantes, que fazia uma entrevista com o senador, dentro do plenário do Senado. O repórter perguntou se o senador abriria mão da pensão de R$ 24 mil que recebe como ex-governador do Paraná. O senador tomou o gravador da mão do repórter, afanou a fita e devolveu o aparelho vazio. Paloma-com razão- achou que isso passava dos limites.
“Isto é Roberto Requião
Odeio Prepotência.
Era 1998, estávamos em Paris, papai já bem doente participara da Feira do Livro de Paris e recebera o doutoramento na Sorbonne, o que o deixou muito feliz. De repente, uma imensa crise de saúde se abateu sobre ele, foram muitas noites sem dormir, só mamãe e eu com ele. Uma pequena melhora e fomos tomar o avião da Varig (que saudades) para Salvador.
Mamãe juntou tudo que mais gostavam no apartamento onde não mais voltaria e colocou em malas. Empurrando a cadeira de rodas de papai, ela o levou para uma sala reservada. E eu, com dois carrinhos, somando mais de 10 malas, entrava na fila da primeira classe. Em seguida chegou um casal que eu logo reconheci, era um político do Sul (não lembro se na época era senador ou governador,  já foi tantas vezes os dois, que fica difícil lembrar).

A mulher parecia uma árvore de Natal, cheia de saltos, cordões de ouros e berloques (Calá, com sua graça, diria: o jegue da festa do Bonfim). É claro que eu estava de jeans e tênis, absolutamente exausta. De repente, a senhora bate no meu ombro e diz: Moça, esta fila é da primeira classe, a de turistas é aquela ao fundo.
Me armei de paciência e respondi: Sim, senhora, eu sei. Queria ter dito que eu pagara minha passagem enquanto a dela o povo pagará, mas não disse. Ficou por isso. De repente, o senhor disse à mulher, bem alto para que eu escutasse: até parece que vai de mudança, como os retirantes nordestinos. Eu só sorri. Terminei o check in e fui encontrar meus pais.
Pouco depois bateram à porta, era o casal querendo cumprimentar o escritor. Não mandei a putaquepariu, apesar de desejar fazê-lo, educadamente disse não.
Hoje, quando vi na TV o Senador dizendo que foi agredido por um repórter, por isso tomou seu gravador, apagou seu chip, eteceteraetal, fiquei muito arretada, me deu uma crise de mariasampaismo e resolvi contar este triste episódio pelo qual passei.

Só eu e o gerente da Varig fomos testemunhas deste episódio, meus pais nunca souberam de nada”…

Paloma Jorge Amado.

Adriano de Aquino

Artista visual. Participou da exposição Opinião 65 MAM/RJ. Propostas 66 São Paulo, sala especial "Em Busca da Essência" Bienal de São Paulo e diversas exposições individuais no Brasil e no exterior. Foi diretor dos Museus da FUNARJ, Secretário de Estado de Cultura do Rio de Janeiro, diretor do Instituto Nacional de Artes Plásticas /FUNARTE e outras atividades de gestão pública em política cultural.

Artista visual. Participou da exposição Opinião 65 MAM/RJ. Propostas 66 São Paulo, sala especial "Em Busca da Essência" Bienal de São Paulo e diversas exposições individuais no Brasil e no exterior. Foi diretor dos Museus da FUNARJ, Secretário de Estado de Cultura do Rio de Janeiro, diretor do Instituto Nacional de Artes Plásticas /FUNARTE e outras atividades de gestão pública em política cultural.

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