A super produção da imprensa sensacionalista, em cartaz na temporada eleições 2018, descartou os figurantes ‘vândalos’ usados no seriado anterior e contratou figurantes ‘bárbaros’.
O novo elenco saiu pelas ruas sequestrando moças, grafitando suásticas em seus corpos com canivetes enferrujados, tocando o terror contra as minorias,assassinando oponentes ideológicos,hostilizando as diferenças e difundindo a intolerância.
Enfim, reproduzindo tudo que acontece todos os dias na sociedade brasileira, só que de modo ‘politicamente’ direcionado.
Uma sociedade que ostenta o saldo de 65 mil assassinatos ano,violência social assustadora e corrupção política desbragada, tem que se esforçar muito para parecer ‘chocada’ com confrontos sociais radicais.
Os alienados, que fingem não ver por talvez preferirem a ‘barbárie’ tocada pelos guerreiros do “nós contra eles”, agora se fazem de vitimas inocentes.
Nesse reduto do caos social só habitam ‘anjos’.
Porém, os que há tempos criticam os estrategistas da divisão da sociedade, apontando as consequências de estímulos dessa ordem sobre a militância,previam as consequências pois sabiam onde essa onda iria desaguar.
Todavia não foram ouvidos.As lideranças nada fizeram para ‘civilizar’ e conter a beligerância das suas manadas.
Ai está a conclusão!
‘Cleaners’ foram contratados para dar contornos especiais aos fatos corriqueiros da violência sistemática que se espalha por todos os cenários do país.
Com cenas melhor dirigidas e organizadas pela produção, a banalidade criminal ganhou contornos mais profissionais para entrar na grade dos programas eleitorais.
Celebridades das artes publicam manifestos contra a ‘barbárie’ em edição eleitoral e uma rica bancada de jornalistas especializados produzem resenhas de crítica cultural futurista.
Depois do dia 30 de Outubro a ‘produção’ vai avaliar os ganhos e a sociedade voltará a viver os episódios do terror real do cotidiano brasileiro.
Artista visual. Participou da exposição Opinião 65 MAM/RJ. Propostas 66 São Paulo, sala especial “Em Busca da Essência” Bienal de São Paulo e diversas exposições individuais no Brasil e no exterior. Foi diretor dos Museus da FUNARJ, Secretário de Estado de Cultura do Rio de Janeiro, diretor do Instituto Nacional de Artes Plásticas /FUNARTE e outras atividades de gestão pública em política cultural.