Se você leu meu último post sobre Butchart Gardens já sabe da ligação profunda que tenho com o Canadá. Morei em Vancouver por seis anos e tenho, inclusive, uma filha que nasceu lá. Sorte dela!
A cidade de Vancouver tem 640 mil habitantes, e é a oitava maior do país. A Grande Vancouver engloba mais 20 outros municípios e tem 2.500.000 habitantes.
Seu nome é uma homenagem ao capitão inglês George Vancouver, que explorou a região no final do séc. 18. Durante o séc. 19 diversas pessoas e grupos, espanhóis inclusive, se estabeleceram na região, atraídos pelo comércio de madeira, de pele de animais e pela procura pelo ouro. No final do séc. 19, Vancouver já estava estabelecida como cidade.
Vancouver é um daqueles lugares que a gente se encanta de cara, pela beleza e qualidade de vida. Como nada é perfeito, no inverno e na transição das estações do ano pode chover fino, mas frequente. O que fazer? Nada. Isto só faz o povo aproveitar ainda mais os muitos dias de sol, principalmente durante o verão.
Outra vantagem: se por um lado Vancouver pode ter dias chuvosos e nublados, por outro tem a mais alta temperatura média no inverno. Quase nunca neva e, durante os anos que morei lá, raros foram os dias de inverno com temperaturas abaixo de -3C. Isto para Canadá, acredite, é quase nada! E, como em todo país da Zona Temperada do Norte, as estações do ano são bem diferenciadas e definidas.
É lindo ver no inverno a neve no topo das montanhas no norte da cidade, como também é espetacular ver a floração de milhares de cerejeiras e depois das tulipas na primavera, assim como curtir os dias longos e luminosos do verão nas praias e parques, e fechando o ciclo, é fantástico vivenciar o outono tingido por uma gama de amarelos, laranjas e vermelhos de suas árvores.
O mapinha acima dá uma ideia de como é Vancouver. O centro (Downtown) engloba os bairros de Yaletown e Gastown. O bairro de West End fica bem ao lado, mas já é majoritariamente uma área residencial.
As área cinzas fazem parte da Grande Vancouver. São 21 municípios ao todo. A cidade localiza-se na beira do oceano Pacífico, e é protegida pela Ilha de Vancouver, grande território que se desenvolve paralelamente à costa. Isto faz com que o mar seja super calmo e as praias muito seguras. Estamos falando de águas do Pacífico, um tanto frias, mas nada que um “bravo guerreiro” não possa suportar!
Vamos aos destaques desta cidade apaixonante:
1– Stanley Park:
Se o leitor olhar o mapa acima, verá uma área verde grande na parte superior da cidade. Este é o Stanley Park, um dos mais bonitos e maiores parques urbanos do mundo. É sem dúvida o melhor representante físico da cidade, que tanto preserva a natureza. Há dois lagos, sendo que o principal é o Lost Lagoon, há muitas trilhas, enormes áreas para piquenique, três praias e pista para pedestres e ciclistas em todo o perímetro do parque. Sem falar do Aquário, um complexo com display de várias espécies marinhas e também piscinas com baleias e golfinhos, que fazem a alegria da garotada, e certamente de seus pais também.
2- Downtown:
Todo centro de cidade canadense parece igual? Nem pensar, não o de Vancouver. É só ver a imagem abaixo. Ter um centro margeando o mar, que, de tão tranquilo mais parece um lago, não se encontra em qualquer lugar. Além da cidade ser protegida pela Ilha de Vancouver, como falei anteriormente, a costa é muito recortada e proporciona uma situação única de tranquilidade para marinas e grandes reflexos para fotos.
O comércio no centro é bastante variado, com shoppings e lojas de rua de grifes internacionais. Mas meu lugar favorito para flanar e ver a moda é a Robson Street, uma rua estreita com construções baixas, boas lojas e um charme todo especial.
3- Gastown:
Há 150 anos aqui nasceu Vancouver. Parece que o tempo parou em Gastown. Isto chega a ser divertido porque o relógio a gás, inaugurado em 1977, está lá para nos avisar, a cada 15 min, acompanhado de aviso sonoro e fumaça (para deleite dos turistas), que o tempo continua andando.
Gastown é um dos mais agradáveis recantos da cidade, repleto de restaurantes, cafés, lojas de souvenirs e, principalmente, lojas de designers locais. Imperdível!
4- False Creek:
A tradução de False Creek é “Riacho Falso”. Tem este nome porque nada mais é que outro braço estreito e comprido do mar que avança sobre a costa, mais parecendo um rio. O mapa abaixo mostra sua forma e também as várias linhas de pequenos ferries que levam o público de um lado a outro do canal. É outra região muito valorizada e excelente para residir, por estar próxima ao centro e ao mesmo tempo junto ao mar e suas outras tantas marinas.
Esta área foi revitalizada após Vancouver ter sediado a Expo em 1986. Há dezenas de prédios e townhouses lindas e moderníssimas. E sempre uma via arborizada para pedestres e ciclistas. Aluguei uma apartamento aqui por dez dias e simplesmente amei!
Há três pontes que cruzam o False Creek, ligando o centro e sul de Vancouver a Downtown. São elas a Ponte Burrard, a Granville e a Cambie.
Sob a Ponte Granville localiza-se o Granville Island Market, uma grande área composta por mercado de frutas, peixes, vegetais etc, por vários restaurantes, lojas variadas, ateliers de artistas e mais um tanto. É outro desses lugares imperdíveis da cidade, principalmente nos fins de semana de sol, quando há apresentações de artistas ao ar livre e o lugar parece uma festa.
5 – English Bay:
Outra área muito bonita e bastante popular é English Bay, que é o trecho entre o False Creek e o Stanley Park. A praia é bastante frequentada, e apesar de meus avisos sobre a água fria, veja que os frequentadores me ignoraram!
6 – Kitsilano:
É um dos bairros mais simpáticos da cidade, local de residência de gente jovem e descolada.
7 – Queen Elizabeth Park:
Na região centro e sul de Vancouver encontra-se a maioria das casas residenciais da cidade, em lindas ruas arborizadas. E também dezenas de parques, sendo o Queen Elizabeth Park o meu favorito. É um jardim público bem grande, com entrada gratuita, e sempre com jardins impecáveis, a qualquer época do ano.
Poderia continuar indefinidamente falando sobre Vancouver. E veja que nem falei dos deliciosos restaurantes, de cafés estilosíssimos e sorvetes divinos. A parte gastronômica ficará para outra ocasião.
Para terminar, gostaria de mostrar outras poucas fotos da cidade, que comprovam minha teoria das estações do ano marcadas e sempre aguardadas com certa ansiedade.
Não faltam motivos para a gente visitar pela primeira vez ou retornar, sempre!
“Arquiteta de formação e de ofício por muitos anos, desde 2007 resolveu mudar de profissão. Desde então trabalha com turismo, elaborando roteiros e acompanhando pequenos grupos ao exterior. Descobriu que essa é sua vocação maior.”
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