Lindo sábado, com todas as árvores funcionando regularmente e um céu constrangedoramente azul. Só falta aquela tempestade com cheiro de terra molhada, ensopada, úmida, melada e quentinha.
Pena ter acordado, não com beijos, mas com o irritante apitar do WhatsApp dessa gente que acorda cedo para perturbar ainda mais cedo.
WhatsApp é coisa tão chata e invasiva que estraga até poesia.
Por exemplo, gosto muito de receber nudes. Mas é impressionante como as fotos e vídeos, das mulheres mais lindas e saborosas, chegam acompanhadas de música sertaneja como trilha sonora. Brocho e deleto na hora.
Mas tem coisa pior, muito pior, como o “Negão da Picona” ou o “Branquinho da Piquinha”. Imagens do Inferno e de fazerem Deus perder a fé.
Por falar nisso, outra noite, numa entrevista, o Danilo Gentili perguntou ao Padre Fábio de Melo, se ele recebia sacanagem pelo WhatsApp.
Para minha surpresa boa, o padre respondeu e mandou bem. Disse que sim e, certa feita, passou por maus bocados. Estava num lugar sério e abriu aquela outra famosa mensagem: uma imagem singela, seguida por altos gemidos de uma mulher gozando, kkk.
Incrível como tem gente desocupada, inventando estas coisas geniais.
Ainda rindo, Danilo perguntou se o Padre Fábio tinha recebido também o “Negão da Picona…”.
E o padre: “Não, este ainda não……”. Kkk.
No mais, a cada três anos recebo um texto interessante, no mesmo, incontornável e famigerado WhatsApp.
Como o exemplo a seguir, literalmente, certamente boato ou “fake news”.
Mas mentiras sinceras me interessam. Chato, brega é gente que não fala, gente que conta nem mentira, muito menos sincera.
Depois do típico “blá blá blá” como preâmbulo, li isso: “Em breve será a temporada de frutas… Meu pedido para todos é de não jogar as sementes no lixo, mas lavá-las, secá-las (ao sol), armazená-las em um saco de papel e guardá-las no carro. Toda vez que você sair para um campo, ou viajando, jogue essas sementes na terra. Com este ato simples, podemos tornar este mundo mais verde. O governo tailandês promoveu esta ideia… O número de árvores frutíferas na natureza multiplicou-se, especialmente nos distritos do norte. Os malaios se juntaram aos tailandeses…”.
E todos foram felizes para sempre… Mesmo que apenas na Tailândia, agora repleta de árvores e moitas, para um bom e saudável turismo sexual.
Esta notícia rimou com outra, ontem, aqui no Facebook, a do aviador que, do alto de suas nuvens, joga sementes por onde voa.
Gostei muito destas informações, verdadeiras ou não. Mesmo porque já plantei muitas árvores. Sou o rei das mudas.
Sou como o Cebolinha: “Chico Bento pergunta: Cebolinha você come acelga? No que Cebolinha responde: Como a celga a sulda e a mulda”.
Maravilha!
Poderíamos aproveitar estas ideias e piadas para semear outras coisas.
Sair por aí, de camisa amarela, à pé, de carro ou avião; jogando sementes de paz, amor, tesão, amizade, solidariedade, compreensão, generosidade, tolerância, humildade, compaixão e até de mandioca na Dilma; isso, se acharmos corajosos, abnegados e voluntários da Pátria para tamanha prova, claro.
Plantar árvores é bem melhor que perseguir monstros.
PS: “Drão! O amor da gente é como um grão… Drão! Os meninos são todos sãos. Os pecados são todos meus. Deus…”.
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Jornalista, escritor, escreveu no Jornal O Tempo e já publicou dois livros.