Bom, dividi este texto para não ficar chato e gigante, OK? Recomendo aos que têm saco, útero ou tempo, ler a primeira parte.
No capítulo anterior, eu comparava os falsos amigos que descobri nestes sombrios tempos de eleição e Guerra Civil, desde 2014, o ano que não terminou porque foi o ano em que a oposição (sic) de Aécio Neves quase levou.
Eu dizia, comparava certos “amigos da onça” – que tinha, sem saber, sem desconfiar – a “Invasores de Corpos”, alienígenas (petistas) disfarçados, encarnados em humanos, gente normal, pelo menos, de longe.
Mas minhas analogias não param aí, nestes anos em que vivemos em perigo.
Meu James Bond favorito sempre foi o Sean Connery, mas seus filmes e versões não envelheceram muito bem. Parecem mais comédias.
Gosto mais do novo Bond, Daniel Craig. E também gosto mais do seu James Bond e de suas tramas; mais sinistras, complexas, elaboradas.
Esta semana revi “Skyfall” (2012) com o vilão Javier Bardem. Sem querer chamar Lula de vilão porque é pouco, o personagem de Bardem chama-se Silva… Um psicopata vingativo, cheio de complexos que quer dominar o mundo; o que também é pouco para definir o que penso de Lula.
Mas o que interessa é a história que Silva conta a Bond quando este está amarrado em uma cadeira. Vou resumir.
Silva lembrava que, na infância, ele vivia numa ilha com a avó. Certa feita, a ilha foi invadida por ratos que se alimentavam de coco. A ilha quase foi destruída até que a avó de Silva teve uma ideia, uma armadilha. Cobriu um imenso barril com cocos, os ratos foram devorar o coco fácil e caíram todos no barril.
Aí beleza, né? Bastava, como pensou o menino Silva, jogar o barril no mar. Mas a avó era malvada e disse: “Não, meu neto querido, vamos deixá-los aí…”. Todos juntos, presos num barril, famintos, os ratos viraram canibais. Foram se devorando até que restaram apenas dois. Aí, a avó de Silva simplesmente soltou os dois sobreviventes na ilha. Por quê? Porque, a partir daquele momento, os ratos não queriam mais coco, apenas carne. Carne de rato.
Sacaram?
Outro exemplo. Eu costumava dizer que mais fiel que a amizade, só a cumplicidade. Amigos podem se separar, mas os cúmplices, porque cometeram juntos os mesmos crimes, são inseparáveis, estão condenados um ao outro eternamente.
Errei porque, até elaborar esta teoria, que serve, inclusive para amantes, não conhecia a Delação Premiada, onde também, “irmão desconhece irmão”. Peguem um só exemplo: Palocci!
Nisso, admiro Zé Dirceu, mesmo porque, delatando os crimes de Lula, ele seria réu confesso porque também compõe a gênese do crime, da quadrilha.
Por isso seria legal, não um Big Brother Brasil entre petistas, como sugeriu a Rita Lee; mas um barril cheio de ratos petistas. Eles, amigos, iam se devorar, como os Sobreviventes dos Andes. Primeiro comendo cadáveres, depois, matando para comer, para não morrer.
Canibalismo que existe, creiam-me desde priscas eras, não como tradição tupinambá, mas como no Tempo das Diligências e mais recentemente nos desastres aéreos e ilhas de náufragos sem coco.
Para não mais me alongar, uma citação de Riri Pires (não conheço pessoalmente) que peguei no Facebook, sobre o mesmo tema que resume bem os textos de hoje, em dois capítulos: “Eles (os petistas) fazem exatamente tudo do que nos acusam meu querido… Também perdi alguns colegas nessa eleição, e após tudo que aconteceu fiz uma reflexão sobre essas ‘amizades’, e a conclusão à qual cheguei foi que há malas que vão pra Belém… Beijo grande nesse coração imenso que eu sei que tens”.
PS: Sei lá, mas me deu pena de Belém.
Jornalista, escritor, escreveu no Jornal O Tempo e já publicou dois livros.