29 de março de 2024
Colunistas Walter Navarro

A Peônia de Teerã e a Ira do Irã


A música brasileira tem melodias; letras lindas, doidas e esquisitas. Tem muita coisa no antes, no durante e no depois do Clube da Esquina que não há cristão que entenda.
Um exemplo em “Feira Moderna” do Beto Guedes: “Feira moderna, o convite sensual. Oh! Telefonista, a palavra já morreu. Meu coração é novo e eu nem li o jornal”.
Pode?
Mas o brasileiro, que “vaia até Minuto de Silêncio”, pegou mesmo foi no pé do Djavan por causa de pérolas assim: “Açaí, guardiã, zum de besouro, um imã”.
– O que a mãe açaí disse para os outros açaís?
– O último açaí feche a porta.
E por aí, mas Caetano Veloso, Gilberto Gil, Jorge Ben, Jorge Mautner e muitos outros não deixam Beto Guedes e Djavan sozinhos.
Djavan pode escrever umas letras doidas, mas seus títulos de são bonitos: “Ária”, “Vesúvio”, “Seduzir”, “Malásia”, “Flor de Lis”, “Lilás”, “Samurai”…
E Djavan acertou em cheio com o trocadilho “A ira do Irã”. Mas será dele? Procurei, procurei e, com Djavan, só achei “ira de tubarão”…
Mistério!
De onde tirei “a ira do Irã”? Não sei, mas continua bela sacada.
Como é mesmo o nome deste menino, o presidente dos Estados Unidos, o Bolsonaro americano? Trump, Donald Trump.
“The lady is a tramp”…
Eu gosto do Trump. Trump é gente que faz. Desconfio de gente boazinha. Obama nunca me enganou. Nem o Clinton.
Aliás, dizem, os Democratas fizeram muito mais guerras que os Republicanos. Para mim, todos iguais.
Mesmo assim prefiro Trump, Bush, Reagan, Nixon e Bolsonaro, claro.
JFK era nosso JK, com um F e uma Marilyn a mais.
A Esquerda é tão boazinha, tão humana… Já a Direita é tão malvada, tão capitalista selvagem, né? Vivem para fuder os pobres e as minorias que, no fim, pensando bem, há muito, já são maioria e maiorais.
A ira do Irã, do Iraque, da Palestina, do Afeganistão, dos talibãs, dos sauditas… Povo bravo, não é mesmo?
E a minúscula Israel, aquele oásis, lá no meio de todos…
Não acredito em guerra porque o Irã sabe como vai terminar e se acabar. Se você não for vietnamita, melhor não provocar os Estados Unidos.
E como gostam de falar mal dos Estados Unidos! Vi gente feliz quando Barak Osama, quer dizer, Osama Bin Laden derrubou as Torres Gêmeas…
Os países bonzinhos gostam de criticar os Estados Unidos, mas quando precisam vão logo pedir ajuda ao “Xerife do Mundo”.
Tirando a Inglaterra (não o Reino Unido), sempre deixam os Estados Unidos irem na frente, para fazer o trabalho sujo. Depois, a festa é em conjunto, é dos aliados…
Aliados o caralho!
Como dizia o Paulo Francis, não fossem os Estados Unidos, a Europa inteira estaria falando alemão hoje. Ou russo ou chinês ou árabe amanhã.
Este general iraniano que, como tudo que é sólido desmanchou no ar, o Qassem Soleimani, era gente da melhor qualidade!
Ele e o amiguinho do Lula, o ex-presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, verdadeira flor de Lis.
A Esquerda adora ditadores porque, ela é tão boazinha… Ama todo mundo; a vida é bela e o amor é azulzinho.
Não sei vocês, eu prefiro as brasileiras de biquíni e não de burca. Prefiro meus amigos gays me fazendo rir e não enforcados. Prefiro vinho, gim, vodca, cerveja e whisky a chá e leite de camelo. E claro, se vou à Paris, quero ver, mesmo que seja em chamas, a Notre Dame e não uma mesquita.
O terrorismo é covarde, mas é eficiente. Terrorismo é coisa de pobre, coisa de quem não tem armas, nem exército. Coisa de homem bom, mulher bomba, hienas, chacais e lobos solitários.
Eu até entendo o terrorismo, é praticamente um suicídio. O problema é que, não podendo eliminar quem ele quer, mata um monte de inocentes.
Mas quem é inocente nesta linda e louca vida bandida?
Não vai ter 3ª Guerra Mundial, mas podem aguardar… Não rosas de Hiroshima, mas tulipas de Teerã, “with love”.
ps: Ops! Me deu vontade de tomar um Creme de Solidão de Manhã, poeira tomando assento, rajada de vento, som de assombração. Picolé de Coração Sangrando toda palavra sã. A paixão, puro afã, místico clã de sereia, castelo de areia…

Walter Navarro

Jornalista, escritor, escreveu no Jornal O Tempo e já publicou dois livros.

Jornalista, escritor, escreveu no Jornal O Tempo e já publicou dois livros.

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