29 de março de 2024
Editorial

Vamos cuidar da Lava-Jato

Foto: O Globo

Componentes das organizações criminosas em todas as esferas do governo trabalham com afinco para anular a força da Lava-Jato, seja para desqualificar a delação premiada, ou impedir a prisão de réus julgados em Segunda Instância, se condenados. E usam todos os recursos, contando com a lentidão dos julgamentos no STF, para que os crimes prescrevam. Srs. Ministros, mostrem que o STF é capaz de se sacrificar para atender aos anseios da sociedade, agindo com presteza. Não lhes deem tempo para criarem novas mutretas. Pisem fundo no acelerador.
A delação da maior empreiteira do Brasil confirma que temos no país uma grande máfia, liderada pelos conhecidos presidentes do Senado, da Câmara, por ministros, afora alguns governadores, sendo o comandante o ex-governador do Estado do Rio de Janeiro, acompanhado pela esposa, ambos ainda na cadeia. Esse grupo objetiva desqualificar a Lava-Jato, que, nos últimos três anos, mostrou para o mundo o que é a roubalheira que destrói o Brasil. Cabe ao Judiciário ser implacável com esse grupo, para que o Brasil possa sair da sujeira que começou com a tentativa de destruição da Petrobras.
Vejam se esta metáfora não é correta. O Procurador Geral da República cutucou a casa de abelhas, que é o Congresso Nacional, com vara longa e as abelhas, sem a orientação de uma rainha, agitaram-se e passarão a ferroar quem encontrar pelo caminho, desesperadas para não perderem o precioso mel! O povo, o verdadeiro dono do apiário, espera que lhe sobre um pouco desse mel para alimentar suas esperanças de dias melhores, com a democracia fortalecida e, finalmente, livre das vespas disfarçadas de abelhas.
A lista de Janot impõe três ações de imediato: Temer tem por obrigação afastar todos os ministros envolvidos; senadores e deputados incluídos na lista deveriam deixar seus cargos temporariamente, de modo digno e voluntário; e o STF não pode continuar demonstrando lentidão. Há que se validar todas as solicitações de Janot, sem pestanejar. Afinal, ele é o Procurador Geral da República. Não é um inconsequente. O país precisa restabelecer a credibilidade no governo e nas instituições. Pessoas públicas neste nível não podem ser apenas honestas, têm que parecer honestas, também.

Valter Bernat

Advogado, analista de TI e editor do site.

Advogado, analista de TI e editor do site.

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