26 de abril de 2024
Editorial

Sobre o discurso de Bolsonaro na ONU

Pensei em escrever sobre o que ouvi – e não sobre o que li – do discurso do Presidente na abertura da 76a. Assembleia Geral da ONU.

Pela 3a vez, Bolsonaro discursou na abertura, como é praxe naquela Assembleia.

Foto: Google Imagens – ACM Notícias

No primeiro ano, vimos um discurso muito mais contundente, com a cara do Presidente. Bolsonaro sendo Bolsonaro. Gerou ruídos internos. Externos ignoraram.

No segundo ano, um pouco mais ameno, afinal era o que se pedia à época. Bolsonaro se rendeu ao discurso escrito que lhe passaram. Idem para os “ouvintes” externos…

No terceiro, num tom de mostrar ao mundo uma realidade que a mídia brasileira ainda recusa-se a ver, ou se a vê, recusa-se a divulgá-la corretamente e a esquerda abomina, obviamente.

Bem, assisti ao vivo o discurso e, no geral, gostei. Curto, direto, objetivo, incisivo onde precisava ser.

Números mentirosos? Acho que ele não correria esse risco. Os números falam por si. Só que há muitos que não querem ver.

Um ou outro item desnecessário.

Na falta do que dizer, vi gente graduada, como diplomatas de carreira, falando bobagens. As Redes Sociais estão repletas de gente pronta para falar besteiras e inverdades.

“Ah, o discurso foi “raso” ; Foi no tom que precisava ser.

Ah, ele falou de coisas internas, que só interessam ao Brasil, não passou para os líderes mundiais a sua visão de mundo; Sim, interessavam aos brasileiros.

Ah, aplaudiram, mas nos bastidores ninguém acredita no que ele falou. Afinal, o protocolo diplomático diz que se deve aplaudir.

Ora, na minha opinião ele falou o que precisava dizer. E ainda economizou 7 minutos de seu tempo pra não encher o saco dos delegados presentes. Eles devem ter agradecido. Quisera todos os Presidentes economizassem 7 minutos… todos ficariam felizes.

No Senado:

— Obviamente que há posições do presidente com as quais eu não concordo, mas são convicções dele, já conhecidas de todos. Portanto, não há grande surpresa em relação à fala do presidente, que é aquilo que ele normalmente prega.

Falou contra os governadores e prefeitos, escolhidos pelo STF para comandar a vacinação da população, desconsiderando o PNI – Plano Nacional de Imunização. Isto é uma verdade. O STF desobrigou prefeitos e governadores de seguirem as diretrizes do Ministério da Saúde.

Os correspondentes alemães Markus Haintz e Vicky Richter tiveram matérias publicada no EpochTimes, um jornal multilíngue, baseado nos EUA e no jornal austríaco Wochenblick: (links para as reportagens a seguir)

https://www.epochtimes.de/meinung/essay/brief-aus-brasilien-die-mediale-und-tatsaechliche-wirklichkeit-auf-der-strasse-a3603352.html

Tradução, ressalvando-se os excessos como o “amado presidente”:

Bolsonaro apoia o Brasil: milhões protestam contra a corrupção judicial. O fato de a grande mídia carimbar o amado presidente brasileiro como o próprio diabo não é novidade. Desde sua eleição em 2018, o político patriota, que esclarece a corrupção do sistema político incrustado, tem sido um espinho no lado da imprensa unificada. O fato de ele fazer campanha contra comunistas e globalistas não se aplica aos que estão no poder também“…

https://www.wochenblick.at/brasilien-steht-hinter-bolsonaro-millionen-protestieren-gegen-justiz-korruption/

Jornal austríaco

Tradução: “Carta do Brasil. A mídia e a realidade atual nas ruas.
Um homem do meio do povo é alternadamente retratado na mídia europeia como um suposto extremista de direita, ditador ou responsável por um genocídio por Corona. A realidade no Brasil mostra algo completamente diferente”.

Estas foram algumas das reações da mídia não comprometida. Jornais e jornalistas conceituados – não comprometidos – e que corroboraram o discurso do presidente.

Brilhante trabalho de dois jornalistas alemães no Brasil – Markus Haintz e Vicky Richter, que fizeram uma entrevista exclusiva com o Presidente. Ninguém falou nesta entrevista EXCLUSIVA. Foi divulgada no YouTube.

Assistam no vídeo a seguir, com a produção da amiga e nossa colunista Junia Turra:

Até mesmo O Globo – mídia conhecida por ser contra o governo – no Blog do Lauro Jardim- , publicou que o FMI elogiou o desempenho econômico do país, que foi além do esperado.

https://blogs.oglobo.globo.com/lauro-jardim/post/fmi-elogia-o-brasil-desempenho-economico-melhor-do-que-o-esperado.html

Ok, muitos adversários do presidente poderão não concordar, mas isto está, como sempre, aberto à discussão. Cada um tem sua opinião. E devemos respeitá-las.

O Presidente avisou, de cara, que falaria de um Brasil diferente do que é divulgado pela imprensa e percebido pelos outros países. Cumpriu a promessa! As reações da nossa imprensa bege e marrom comprovam isso. “O Brasil que queremos”, foi o mote do discurso.

O fenômeno da subida da inflação é mundial, não é só no Brasil. Motivo? A pandemia e seu lockdown. Desastre para as economias, às vezes necessário, mas na maioria apenas prejudicial à economia. Tínhamos que encontrar um meio termo entre a economia e o lockdown. Isso foi tentado pelo governo federal e execrado pelos prefeitos e governadores que apenas pensaram nas próximas eleições. Uma disputa sobre “quem vacina mais em menos tempo”.

Aqui ainda temos o problema do Dólar, ou seja, da desvalorização do Real frente ao Dólar – refúgio dos investidores quando a economia não os favorece.

Subiu a Selic, o mercado acalma. Sabemos que é um mecanismo para a “volta da normalidade”, já usado por diversos governos anteriores. Os exportadores adoram a subida do dólar, mas os importadores sofrem com a desvalorização. Se é ou não o remédio correto, só o tempo dirá.

Em suma, não podemos criticar o Presidente por seu discurso na ONU.

Muitos dizem que ele fez um discurso para consumo interno. Se o fez, ótimo! Era o que o povo brasileiro esperava, ou deveria esperar. Uns para criticar e outros para apoiar.

Não devemos estar preocupados com o que pensam os presentes na Assembleia. Eles não significam nada! Não influenciam em nada! Puro protocolo. (desculpem a dupla negativa, mas virou coloquial).

Óbvio que não devemos bater de frente com eles, mas é bom que eles sintam e recebam informações diretas do Presidente e não de seus embaixadores e afins, comprometidos politicamente.

Afinal o Brasil deve ser assim. Conservador, nunca de esquerda – até porque os exemplos que temos são terríveis: Cuba, Venezuela, Argentina (atualmente), entre outros…

Acho que é isso que o povo quer!!! Ou deveria querer…

Sabemos que Bolsonaro, às vezes, peca pela postura, pela impulsividade, mas quem nunca?

Ele cria obstáculos para si mesmo e atrapalha o andar da carruagem. Vira um ponto de interrogação, gera dúvidas, impacta o mercado financeiro, dá argumentos aos oponentes… mesmo que o caminho seja o correto.

Mas é a cara dele. Ele gosta de insuflar as opiniões… esticar a corda.

Quando ele usa os caminhos formais – o discurso foi um deles – acerta o alvo. Mas o meu receio é que no primeiro dia que conversar com os apoiadores – no cercadinho – na porta do Alvorada, possa jogar tudo por água abaixo… ali ele se abre aos apoiadores e, muitas vezes, fala o que não deveria.

E ano que vem piora, porque a galera do contra, para conquistar um lugar ao sol, estará de lupa, para pegar cada momento intempestivo bolsonariano para usar contra ele.

Como eu disse, precisamos aprender a conviver com a opinião contrária…

Valter Bernat

Advogado, analista de TI e editor do site.

Advogado, analista de TI e editor do site.

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