28 de abril de 2024
Editorial

Por que a demora no resgate dos 34 brasileiros?

YouTube – RecordNews

Qual é a dificuldade de os brasileiros serem incluídos na lista que permite atravessar a fronteira para o Egito e serem trazidos de volta?

Já tivemos várias listas e nenhum brasileiro foi incluído em qualquer delas. A nossa diplomacia, tão elogiada pela rapidez no resgate dos brasileiros que estavam em Israel e na Cisjordânia, estaria deixando a desejar nestas negociações?

A resposta é não!!!

Os diplomatas – todos, sem exceção – estão fazendo um ótimo trabalho, o que não é corroborado pelo Governo brasileiro. É isso mesmo, tem a ver com o comportamento absolutamente condenável de nosso governo durante este conflito absurdo.

Nesta semana, fez um mês da primeira ação terrorista do Hamas, invadindo Israel, matando inúmeros civis inocentes e sequestrando 270 pessoas numa festa rave, incluindo 3 brasileiros.

Apesar disso, o governo brasileiro foi incapaz de condenar a ação terrorista, muito pelo contrário: Lula levou 3 semanas para apenas pronunciar a palavra “Hamas” e, muito menos, reconheceu este grupo como terrorista, aliás este foi o maior problema que impediu a proposta do Conselho de Segurança da ONU, feito pelo Brasil, não ter sido aprovada por unanimidade.

Esta atitude de Lula colocou o Brasil numa condição semelhante a um pária no cenário internacional. O grupo Hamas tem obtido muita simpatia da mídia europeia, mas o fato é que, do ponto de vista das nações, houve uma condenação unânime ao ataque terrorista contra Israel e o Brasil não fez parte dela.

Tudo isso dificultou e tirou o Brasil da mesa de negociações e, nem mesmo aquele entendimento, que parecia promissor, do nosso Ministro das Relações Exteriores com o Ministro do Exterior do Egito, deu jeito. Foi um enorme fracasso, não pela nossa diplomacia, mas sim pela “banana” que o presidente plantou para eles.

O ministro Mauro Vieira, evidentemente, põe a culpa nos outros, dizendo que há uma paralisia, criticando diretamente o Conselho de Segurança da ONU – CSON – mas ele se esquece que um dos grandes responsáveis por esta paralisação foi o Brasil, já que presidimos o referido Conselho no último mês de outubro e nada conseguimos.

Graças a este comportamento do governo brasileiro, hostil a Israel e favorável ao grupo terrorista que o atacou, o Brasil cometeu um erro bobo, infantil até, de excluir do texto proposto ao CSON, a frase onde reconhecia o direito de Israel de se defender deste ataque absurdo, já que este Direito de Defesa é internacionalmente reconhecido para qualquer país do mundo, em todas as convenções internacionais.

Entretanto, o nosso governo – e não a nossa diplomacia – cometeu este erro, evidentemente, para favorecer os terroristas do Hamas e isso é considerado imperdoável, mesmo pelo Egito – não oficialmente, é claro – no entanto, vemos que estamos pagando um mico por recorrer aos EUA para tentar incluir os brasileiros na próxima lista, afinal são “só” 34.

Esperança e expectativa são as palavras! Precisamos ter de volta os 34 brasileiros que estão em Gaza. Eles, evidentemente, estão com medo e sofrendo há semanas, à espera de autorização para cruzar a fronteira com o Egito e serem finalmente resgatados para seu país.

Agora vejam o absurdo: os EUA, que são considerados inimigos pelos terroristas do Hamas, já conseguiram atravessar centenas de cidadãos. Até ucranianos conseguiram sua liberação. Por que os brasileiros não foram incluídos nestas listas?

Isso é uma demonstração de desprestígio do Brasil no cenário internacional – apesar das inúmeras e custosas viagens de Lula.

Uma atitude do Brasil que pode ter contribuído, em muito para esta demora, é o fato de que o Brasil está, há muito tempo, sem embaixador no Catar – local onde estão acontecendo as mediações. Isso, evidentemente, pode comprometer a interlocução, tanto que o Deputado Evair de Melo (PP-ES) pediu explicações aos chanceler Mauro Vieira. Vamos ver no que dá.

É primordial que o governo brasileiro reveja suas atitudes para tirar o Brasil desta condição de pária no cenário internacional, no que se relaciona à Guerra no Oriente Médio.

Hoje, os brasileiros, finalmente, foram incluídos na lista, mas a fronteira não foi aberta por denúncias de que o Hamas estaria usando as ambulâncias para se movimentarem dentro da Faixa de Gaza e a regra ajustada com o Egito é que: primeiro passam as ambulâncias com os feridos e depois o restante do grupo autorizado. Como as ambulâncias não passaram, a fronteira não foi aberta.

Esperemos que os brasileiros possam, enfim, passar pela fronteira, o mais breve possível, para serem resgatados. Vamos torcer para que isso se confirme!

Continuaremos a esperar a libertação dos brasileiros que estão entre os sequestrados.

Valter Bernat

Advogado, analista de TI e editor do site.

Advogado, analista de TI e editor do site.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *