29 de abril de 2024
Editorial

O racismo na LaLiga não tem jeito?

Normalmente não publico dois editoriais na semana, mas o que houve – novamente – com o jogador Vinícius Jr, atleta do Real Madri, impõe que se fale alguma coisa.

O que aconteceu, de novo, com o jogador brasileiro do Real Madrid no jogo de ontem contra o Valência não pode ficar impune.

O juiz da partida ainda teve a coragem de expulsá-lo por “agressão”. Ele levou uma gravata do goleiro do Valência que não foi considerada. Foi empurrado por todos os jogadores do time adversário, quando ele, instintivamente, reagiu a uma agressão, foi expulso pelo 2o amarelo.

Imagem: Google Imagens – Goal.com.br

A reação da torcida não foi a primeira, nem a segunda e nem a terceira… foi a 8a vez que isso aconteceu em cidades fora de Madrid, ou seja, é uma posição assumida pelo povo espanhol e aceita, implicitamente, pela LaLiga.

Aplausos para o ex-atleta – agora preso por estupro – Daniel Alves, que quando atacado por uma banana, pouco ligou, pegando a fruta, descascando-a e a comendo antes de bater um escanteio. Só que nem todos têm a finesse de Daniel Alves naquele lance.

Vini tem sido perseguido em todos os estádios em que vai jogar, inclusive na Copa do Mundo, e a LaLiga, entidade que comanda o futebol na Espanha, não faz absolutamente nada.

Seu presidente é do partido de ultradireita na Espanha, mas isso não pode servir de motivo para ele agir como está agindo…

Parabéns ao técnico Ancelotti pela posição correta após o jogo, na entrevista coletiva, como mostra o vídeo a seguir:

A LaLiga não se prende às ocorrências repetidas. A eventual punição de perda de pontos ou de mandos de campo é ridícula diante do fato…

Vini pediu ao técnico para ser retirado do jogo, mas Ancelotti disse que ele era a vítima e não o causador e que o time precisava dele.

No início do segundo tempo, torcedores do Valência atiraram uma bola no campo, atrapalhando uma jogada de ataque do Real Madrid. Com a partida paralisada, foi possível ouvir parte do estádio gritando em castelhano “mono”, que significa macaco em português.

O brasileiro reclamou com o árbitro e apontou para um torcedor em específico. A partida foi interrompida.

Vini postou:

No entanto, achei estranha a não reação dos atletas do Real Madri no caso, nem mesmo os negros – que são muitos – do time, quiçá dos brancos.

Acho que, no ato, todos deveriam ter se recusado a continuar a partida, inclusive os adversários, numa forma de protesto que poderia atingir mais drasticamente a LaLiga.

Os periódicos argentinos ressaltaram a expulsão de Vini como uma coisa normal, sem considerar as ofensas nojentas que ele enfrentou e vem enfrentando.

A Fifa precisa tomar uma decisão. O rebaixamento do time local é uma das atitudes que deveriam ser tomadas.

O Valência diz que identificou UM torcedor que estava gritando “MONO” – macaco em espanhol. Um? Pelo menos a metade do estádio estava gritando. Ele pode ter começado, mas pelo que ouvimos, quase todo o estádio gritada a mesma coisa.

Estamos no século XXI. Não dá mais pra considerar posições racistas.

Isso não pode continuar impunemente!!!

Valter Bernat

Advogado, analista de TI e editor do site.

Advogado, analista de TI e editor do site.

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