5 de outubro de 2024
Editorial

Já estou de saco cheio

Imagem: Google Imagens – Agência Brasil – EBC

As eleições vão acontecer no próximo domingo. Já não aguento mais ouvir as “pesquisas”. Sobre isso, vale ressaltar que nas eleições presidenciais anteriores as pesquisas em ano eleitoral nunca ultrapassaram as 1.000 pesquisas. Neste ano, já atingimos mais de 2.800 pesquisas, obviamente, todas pagas e com resultado palatável a quem as contratou.

Os recortes impressionam: Bolsonaro perdeu no nordeste. Bolsonaro perdeu no sul… Bolsonaro perdeu no sudeste. Sério? Eles não falam, o que seria natural, “Lula continua em primeiro lugar no nordeste, no sul, no sudeste, etc…”

O que vimos nas ruas contradiz radicalmente estes “fatos”…

O candidato descondenado – líder nas pesquisas – está radiante, a ponto de potar por não comparecer ao debate no SBT. Por quê? No da Globolixo ele foi, afinal estava em casa, junto daquele que lhe deu o maior slogan para sua campanha: “O senhor não deve nada à Justiça!”.

Não gosto de debates. O tempo marcado e as regras estabelecidas engessam demais os candidatos. Ficam sempre com acusações que não levam a nada. Propostas? Nenhuma. Prefiro as entrevistas, onde as perguntas permitem aos candidatos expor suas ideias.

Ontem só pudemos ver acusações de lado a lado e as estratégias em cima disso. Na pergunta sobre a morte de Celso Daniel, o PR optou por fazê-la à candidata Simone Tebet, evitando assim os 3 ou 4 minutos de resposta a que teria direito o descondenado se a pergunta fosse feita a ele. Obviamente, ele pediu direito de resposta, o que lhe deu apenas 1 minuto… boa estratégia, mas quem está assistindo ficou sem a pergunta direta ao descondenado.

Vejam que qualquer das mídias consorciadas vibra a cada pesquisa encomendada e paga, obtendo, obviamente, o resultado que esperam e querem com fervor.

Obviamente, o descondenado só vai a ambientes controlados. O PR vai às ruas, se expõe, e mostra que o comparecimento de apoiadores é grande, enquanto o candidato descondenado se aproveita das manifestações controladas, sempre em ambientes fechados.

Sim, eu já estou de saco cheio de ver e ouvir sobre as pesquisas, na verdade estou torcendo para que a eleição seja definida logo no 1o turno, pra acabar logo com isso, independente de quem ganhar… vou sofrer? Talvez…

Se for Lula, vamos ter que aturar, no mínimo mais 4 anos de corrupção e de politicagem com o povão.

Se for Bolsonaro, vamos continuar com o crescimento de nosso PIB, com o Auxílio Brasil, com o aumento nos empregos e em outros índices que apontam a atual política econômica como boa para os tempos atuais e com os problemas que já temos hoje.

Não é a escolha perfeita? Pode até não ser, mas não houve corrupção sistêmica mp governo. As acusações foram avulsas e não comprovadas, mesmo naquela CPI palanque que a oposição e o STF criaram.

Enfim, vamos em frente… afinal, olhando pelo lado bom – se é que existe um – se o descondenado for eleito, teremos assunto para colunas quase que diárias. Só de corrupção teremos assuntos por muito tempo…

Como eu já disse algumas vezes, o 2o turno não deveria existir. A suposta maioria só existe na cabeça de pessoas que não olham o todo.

No 1o turno, todos votam realmente em quem querem, sem falar é claro, no voto útil (com grande campanha da mídia consorciada) para que o descondenado seja eleito no 1o turno.

No 2o turno, o voto é sempre no “menos pior” na visão daqueles que votaram nos outros, que não os que estão na disputa final. Por exemplo: quem votou no Ciro, na Simone ou na Soraya ou em qualquer outro vai ter que, necessariamente, mudar seu voto para Bolsonaro ou para o descondenado. É ou não é votar no “menos pior”. Isso dá a maioria para o vencedor? De forma alguma. Nas democracias do mundo, não há 2o turno. Isso é mais uma jabuticaba de nosso sistema eleitoral.

Afinal, anda estou tentando descobrir se o nosso povo tem memória curta ou seletiva. As duas são ruins, mas eu gostaria de saber qual é a do nosso povo.

Valter Bernat

Advogado, analista de TI e editor do site.

Advogado, analista de TI e editor do site.

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