Muitas coisas ocorreram durante os 100 dias do novo governo.
Arcabouço fiscal – Metáfora: em uma corrida entre uma lebre (despesas) e uma tartaruga (receitas), a lebre sempre chegará na frente. Chegava! Diz a nova equipe econômica que, com o seu novo arcabouço fiscal, diz que a tartaruga vai levar vantagem. Na fábula de Esopo, a tartaruga vence como todos sabem mas, já que não estamos na fábula, resta a pergunta: Qual será a mágica?
Então, inspirado neste arcabouço do todo-poderoso Haddad, optei por elaborar meu próprio plano fiscal. Conforme um roteiro, minuciosamente detalhado, neste ano vou zerar todas as minhas dívidas. A partir de 2024, quando minha conta-corrente começar a apresentar um saldo suficiente, comprarei uma SUV top de linha. Já em 2025, quando meus ganhos bombarem de vez, é que se dará o pulo do gato: serei o feliz proprietário de um apartamento na East 23rd Street em Manhattan, onde mora a Gisele Bündchen. Este é o meu plano!
O grande segredo deste plano não é cortar meus gastos atuais. Isso representaria um grande sacrifício que não estou disposto a fazer. O ponto fundamental, em que todo o meu plano foi baseado, consiste simplesmente no aumento dos meus ganhos pessoais. Como? Assim como o plano do governo, eu ainda não sei, mas vou dar um jeito. Ah, sim… e assim como o ministro, eu não tenho Plano B!!!
Lava-jato – Por outro lado, a base governista no Congresso tenta suspender as indenizações e multas impostas nos acordos de leniência firmados entre o Estado e as empresas pela Operação Lava-jato. Para esta base, com o PT à frente, claro, pouco parece importar se estas empresas foram rés confessas por terem, comprovadamente, pago propinas a agentes públicos. Isto é um absurdo!!!
Como meu pai sempre disse: “uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa”. Isto é perfeitamente enquadrado no que estamos vendo. O fato de o ex-juiz Sergio Moro ter sido considerado parcial durante a Lava-jato, não desobriga as empresas de cumprirem seus acordos, já que concordando, assumiram a culpa e estariam ressarcindo o Estado com parte do que ganharam…
Fake News – Quanto à criação de uma agência de controle das “fake news”, outro jabuti do governo, mais cabides de emprego. Eu já comentei, em outro editorial, que sou totalmente contra o controle da mídia, seja ela em redes sociais ou não. Acho que quem escreve tem que ser responsável pelo que escreveu. As nossas leis já punem, adequadamente, as mentiras que chamam de fake news, pelos crimes de injúria e calúnia. Logo, punam quem merecer ser punido. Quem for enganado deve aprender a checar os fatos antes de acreditar… é assim em todo o mundo…
Por exemplo: o Mensalão foi fake? O Petrolão foi fake? Quais os esclarecimentos do governo atual sobre o Mensalão ou Petrolão? A verdade é que, para o PT, nunca houve corrupção em seus governos. O que houve “foram transferências de recursos para fins particulares”. Esta é a ideia: emplacar a narrativa da negação da corrupção!!!
No quesito ‘ética’, Lula voltou pior. Se nega a pedir desculpas à nação por ter promovido e/ou participado do maior nível de corrupção da nossa história.
Lei das Estatais – O presidente solicita à AGU que o STF revogue parte da Lei das Estatais, permitindo que políticos possam assumir cargos relevantes nas empresas públicas. E os partidos sucursais do PT – PSOL, PCdoB e Solidariedade entraram no STF, para que esta Lei não seja válida para os atuais presidentes, Mercadante incluso. Os presidentes dos órgãos e das empresas estatais, nomeados pelo governo, estão fora da lei e devem ser afastados de seus cargos até que o STF aprove (ou não) a alteração absurda na Lei das Estatais… por enquanto, as nomeações foram ilegais e assim permanecem… e o STF, nada diz?
Os 100 dias na versão do governo – Certamente o governo anunciará inúmeros feitos nos primeiros cem dias… vale lembrar que, até agora, todos os programas anunciados pelo novo governo nunca pararam de existir, ao contrário, seguiram e, especificamente, o Bolsa Família, nominado de Auxílio Brasil, no governo anterior ganhou em volume e em valor, como previsto no Orçamento… O Mais Médicos nunca parou… As obras de infraestrutura seguiram e avançaram muito mais do que no atual governo.
O governo pode até dizer que incrementou a cultura… sim, mas através da Lei Roubanet, o que não traz nada ao Estado e dá muito para artistas que não precisam dela, como Ivete Sangalo, Fafá de Belém, Maria Bethânia, etc…
A educação, continua como dantes… nada mudou…
O slogan da festiva apresentação é: “100 dias de governo – o Brasil voltou”.
Enfim, não sei o que o governo pode comemorar nestes 100 primeiros dias, então, é ver pra crer…
