4 de maio de 2024
Colunistas Ligia Cruz

“Deixai vir a mim, as criancinhas”

Essa semana da Paixão de Cristo, de 2023, jamais será esquecida por famílias de Blumenau e demais brasileiros consternados com a barbárie que lá ocorreu.

Jesus, em sua passagem por este mundo de tantos desalentos, disse uma das mais conhecidas passagens da Bíblia:“Deixai vir a mim as criancinhas porque delas é o reino dos céus”.

Quem cresceu com esse princípio cristão sente a profundidade do amor infinito que ele pregava aos fiéis. E como tratava os pequenos que vinham ao seu encontro. Hoje é o aniversário de sua dolorosa ascensão ao mundo espiritual.

Em vez de nos alegrarmos com a pureza de tantos risos pela chegada da Páscoa, desta vez choramos pela dor dos seus corpos mutilados e pelo uso político do fato pela mídia partidária.

A morte das quatro inocentes vítimas e demais feridas por esse ser bestial, que pulou o muro e invadiu a creche onde estavam em segurança e lhes tirou as vidas de forma tão cruel, revela também os escombros da falência moral do estado.

Sempre haverá exemplos podres na nossa estrutura social, simplesmente porque hoje a constituição brasileira serve mais de enfeite nas mesas de juízes, que a estudam não para cumpri-la, mas para transgredi-la.

Se isso em si não é um encorajamento a todo tipo de canalha e facínora, que  conta com o beneplácito de uma justiça parcial e desvirtuada, o que será?

Somado ao fato, sem nenhuma ética, veículos  jornalísticos, aferrados à esquerda, novamente vêm público para divulgar factoide e colar tamanha crueza ao líder do movimento conservador, Jair Bolsonaro. Não se trata de gostar ou não dele, ser ou não de direita ou de lugar algum, o intuito é  impedi-lo  de candidatar-se, em 2026, pegando a carona de um fato dantesco.

O fato em si revela o desespero da esquerda empossada e o uso de todas as escaramuças possíveis, como resposta ao crescimento estruturado da direita no país. Ah! As crianças! Não se trata delas.

O pavor de perder por mais quatro anos o controle do estado e as inúmeras tetas criadas em todas as esferas, faz com que a esquerda se enrole cada vez mais para editar o texto truncado de que o facínora de Blumenau tenha se inspirado  nos malvados  direitistas da “bancada da bala”. Dentre os quais o ex-presidente.

Ou seja, aqueles que lutam pelo direito de ter uma arma para autodefesa – não de sair por aí atirando a esmo.

Escolas policiadas então, nem se fale, estão na contramão. É o ranço dos tempos dos governos militares que a esquerda gosta de reverberar.

É só ver o quadro de crimes ocorridos em escolas nos últimos anos, para concluir que as coisas têm que mudar.

O discurso da oposição é apenas o de  desarmar o cidadão, impedindo-o direito de   defender-se em sua casa, mas fazendo vistas grossas para o crime organizado, que se arma até os dentes, disputa territórios e todos os dias mutila a mente de crianças e jovens com drogas de todas as espécies —  dentro e fora das escolas.  Aí pode.

Isso não causa horror aos  pseudo jornalistas, que muitas vezes consomem drogas nas próprias redações e se valem de seus cargos para “frequentar” os bastidores do poder.

Só que o assassino em série de Blumenau usou uma arma que qualquer um pode ter em casa: uma machadinha. Portanto, mais um embuste que vai para a conta do petismo, que só demonstra seu horror aos crimes diante das câmeras.

O múltiplo assassinato passou a ser só o pano de fundo de uma trama política vergonhosa. E é disso que os governistas vão falar na próximas semanas, até o tema se esgotar.

O assassino, que cometeu crimes tão brutais, com apenas 25 anos, já foi preso por quatro homicídios triplamente qualificados, mais quatro tentativas de homicídio, também triplamente qualificadas. É um sujeito  violento, que passou pelo sistema prisional e, como tantos outros, estava livre para ascender na sua escalada criminosa, e por fim acabar com os sonhos de suas vítimas,  ainda na primeira infância. Há a suspeita, não confirmada, de que pertença à uma rede de Internet que divulga crimes ousados.

Embora toda notícia deva ser dada por completo e fiel aos fatos, não vamos dar palco para a vaidade assassina desse matador covarde e cruel. Mesmo que mereça todos os adjetivos e atos de repúdio, no pior sentido, é um sujeito que não pode ficar solto por aí, entre nós.

Óbvio que este facínora deve ter elevado nível de psicopatia, porque ninguém pula o muro de uma creche simplesmente para matar crianças. Não importam os problemas dele ou sua preferência política, se é que tem alguma, deve ser trancado num manicômio judicial e lá ficar até o fim de seus dias.

Seu histórico de violências não pode ser ignorado pela justiça. E, como consequência, sair impune novamente.  O que de fato o encorajou e fez dele um algoz digno de filmes de terror,  capaz de extirpar vidas inocentes e instalar para sempre a dor mais vil nos pais e demais familiares, é a falta de ordenamento jurídico.

Longe da pretensão de tratar aqui dos intrincados distúrbios afetivos da mente criminosa, fica evidente que  um sujeito capaz de cometer tamanha brutalidade está entre nós tocando sua vida  porque o sistema falhou.

Outro dia mesmo foi “justiçado” na rua, em frente à sua casa, neste ano, o maior serial killer do país, “Pedrinho Matador”, o vingador confesso de mais de 100 homicídios (segundo ele), 71 constatados pela polícia,  muitos dentro da própria prisão. Com uma sentença de 400 anos, permaneceu preso por 42 anos e dizia que não se apiedava de traficantes, estupradores, espancadores e assassinos de mulheres e crianças. 

 Executava-os para “livrar a sociedade desses criminosos”. Essa era a sua justificativa para matar. Logo que capturaram o estuprador, conhecido como o “maníaco do parque” ele teria dito para deixá-lo só um pouquinho com ele numa cela. Lenda ou não, era o que o motivava cometer crimes.

Hoje nos deparamos com chefes de organizações criminosas tratados a pão de ló nas prisões brasileiras. Defendidos por bancadas de advogados medalhões, que só os muito ricos podem pagar. São protegidos pelo estado, não passam fome, nem privações, fazem sexo e têm regalias, tal como todos os corruptos que foram parar no sistema prisional e, de lá, continuaram a transgredir.

Quando um presidente da república trata como “coitadinho” o ladrão de celular, que rouba de um semelhante que trabalha duro e paga o aparelho à prestação,  acabou. O exemplo de moralidade no país é manco, indecente e cruel para quem respeita as leis e anda na linha. Uma perversão total de valores da parte de quem os deveria respeitar e preservar.

O que aconteceu em Blumenau em si é tão chocante que não deu tempo sequer de a sociedade digerir os fatos, diante da dor das famílias. E estas, sabe Deus como viverão após enterrar seus sonhos.

Ligia Maria Cruz

Jornalista, editora e assessora de imprensa. Especializada em transporte, logística e administração de crises na comunicação.

Jornalista, editora e assessora de imprensa. Especializada em transporte, logística e administração de crises na comunicação.

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