5 de maio de 2024
Vinhos

Pontuação dos vinhos – de volta ao básico

Vinhos pontuados, premiados ou simplesmente recomendados fazem a cabeça de muita gente. O problema é que não existe uma padronização que permita uma comparação minimente lógica por parte do consumidor interessado em compreender o que significa, realmente, aquela etiqueta com a nota dada por um crítico famoso ou o selo de premiação de um concurso.

Antes de nos aprofundarmos em explicações mais refinadas, é preciso ter em mente que o resultado de uma avaliação crítica ou de um concurso é sempre subjetivo. O gosto pessoal de quem prova um vinho para julgá-lo sempre terá um peso maior, por mais sério que seja, e por mais rígidas que sejam as normas de degustação impostas.

Por esta razão, o corpo de jurados dos grandes concursos internacionais é composto por mais de uma centena de pessoas, de diferentes origens. Os vinhos são avaliados em lotes e passam por várias etapas. Uma boa analogia pode ser feita com uma competição esportiva: eliminatórias, quartas de final, etc.

Com relação aos críticos, cada avaliação é estritamente pessoal. Alguns deles se destacaram por sua imparcialidade e por terem um “gosto” quase universal. Atualmente, poucos ainda trabalham sozinhos. Tornaram-se grandes equipes, com experts em vinhos de diferentes regiões.

Apesar de aposentado, Robert Parker continua sendo a referência. Adotou uma escala de 100 pontos para classificar seus vinhos. Não foi ele quem a inventou, mas foi quem a melhor utilizou e popularizou. Várias revistas especializadas e outros profissionais adotam este sistema, entre elas, a Wine Spectator.

Ninguém questiona um vinho de 100 pontos, algo muito perto da perfeição. Mas os leitores saberiam o significado das notas abaixo da máxima?

Aqui estão elas:

95 a 100 pts – um vinho como deve ser, um clássico;

90 a 94 pts – surpreendente, um vinho de qualidade superior;

85 a 89 pts – muito bom;

80 a 84 pts – bom;

75 a 79 pts – medíocre;

50 a 74 pts – não beba!

Outro tipo de pontuação muito popular é a de 20 pontos. Foi desenvolvida na Universidade de Davis, no final da década de 50, com um propósito bem acadêmico. Até hoje é a preferida pelos cursos de Sommelier, profissionais ou amadores, e a nota é obtida através de uma análise técnica que envolve cor, aromas, sabores e aspectos mais técnicos como acidez, tanicidade, entre outros. Sempre é feita uma ficha onde a pontuação de cada aspecto é anotada.

Cada nota tem um significado:

20 – Um vinho ideal;

19 – Extraordinário;

18 – Um ponto acima;

17 – Superior;

16 – Com personalidade;

15 – Na média;

14 – Sem graça;

13 – Limítrofe;

12 – Com defeitos.

A respeitada crítica Jancis Robinson é defensora desta forma de avaliar.

A última escala que vamos comentar é a de 5 pontos, muito comum em guias de vinhos. Podem ser representadas por algarismos ou simplesmente símbolos como um asterisco ou outro. O mais famoso guia de vinhos italianos, o Gambero Rosso, adota o “bicchiere”, a tacinha de vinho. Outro adepto desta escala é o popular aplicativo Vivino.

Aqui está o significado de cada nota:

5 – O melhor de todos;

4 – Excelente;

3 – Bom, para o dia a dia;

2 – “dá para o gasto” …;

1 – Não presta nem para lavar cachorro.

Saúde e bons vinhos!

CRÉDITOS:

Foto de abertura obtida em: Vinosophers

Tuty

Engenheiro, Sommelier, Barista e Queijeiro. Atualiza seus conhecimentos nos principais polos produtores do mundo. Organiza cursos, oficinas, palestras, cartas de vinho além de almoços ou jantares harmonizados.

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Engenheiro, Sommelier, Barista e Queijeiro. Atualiza seus conhecimentos nos principais polos produtores do mundo. Organiza cursos, oficinas, palestras, cartas de vinho além de almoços ou jantares harmonizados.

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