“E pour si muove!”, afirmava Galileu sobre o movimento heliocêntrico da terra. O mundo dos vinhos também está em eterno movimento, sempre surpreendendo os Enófilos mais atentos. A primeira novidade chega a ser um paradoxo: um vinho do Porto da safra de 1896.
A respeitada Taylor’s, seguindo a tradição do raríssimo Porto Scion de 1855 e do Single Harvest (colheita única) de 1863, o último produzido antes da devastação nos vinhedos provocada pela Filoxera, lança este Single Harvest de 1896, uma safra magnífica, já do período de renovação dos vinhedos devastados. Serão 1.700 garrafas, apenas.
A comercialização será feita em luxuosa caixa de madeira de cerejeira que acomodará um decantador de cristal, soprado à mão. Cada peça é única. Acompanha um certificado assinado pelo CEO da Taylor’s, Adrian Bridge.
Preço estimado: € 5.000 (cinco mil Euros)
Porto-Tonic ou simplesmente Portonic, em lata, é o outro lançamento da Taylor’s. Um drink, polêmico, que deve ser preparado com Porto Branco seco, o da Taylor’s é ótimo, e água tônica. Foi pensado para ser uma alternativa ao Gin Tonic, mas nem todo mundo gostou da inovação.
Sou um dos apreciadores desta singular mistura. Mas, sempre que a preparo, tenho que escutar alguma chacota desabonadora. É leve, saborosa, refrescante e com baixo teor alcoólico. Esta nova latinha tem tudo para dar certo.
A propósito: existe uma Caipi-Porto, coquetel que leva Porto Branco seco, limão, gelo e açúcar (opcional). Quem sabe não aparece uma versão em lata também?
Vinhos coloridos propositadamente estão se tornando uma tendência mais que uma novidade. Conheçam o australiano Purple Reign, o primeiro vinho de cor púrpura do mundo.
Elaborado pela vinícola Masstengo, é um corte das castas Semillon e Sauvignon Blanc que recebe um aditivo de origem botânica, uma alternativa ao uso de sulfitos, conferindo essa vibrante coloração ao vinho.
Notas de prova destacam boa mineralidade, acidez equilibrada e discreto paladar vegetal. Um vinho refrescante para ser bebido ainda jovem. 12% de teor alcoólico.
Quem começou esta moda foi um vinho espanhol, o Gik, que escolheu a cor azul como seu cartão de visitas. Foi muito criticado e recebeu algumas proibições, em determinados países, que o impediam de ser comercializado como um “vinho”.
Não surtiu o efeito desejado pelos burocratas. A foto a seguir dispensa comentários.
Saúde e bons vinhos, coloridos ou não!
Fotos obtidas nos sites das vinícolas e em “Under the Moonlight”
Engenheiro, Sommelier, Barista e Queijeiro. Atualiza seus conhecimentos nos principais polos produtores do mundo. Organiza cursos, oficinas, palestras, cartas de vinho além de almoços ou jantares harmonizados.