15 de janeiro de 2025
Sylvia Belinky

Das propagandas atuais: ausência de confiabilidade e originalidade

Imagino que quem lê o que escrevo aqui sabe – porque já toquei muitas vezes nesses três pontos:

  1. Não sou alienada; não gosto de política de modo geral e da nossa em particular: achar que estamos livres para roubar de modo ostensivo e enganar ainda mais um povo tão ignorante como o nosso, parece-me particularmente cruel e indesculpável. Razão de eu dar aos nossos assuntos de políticos a importância que eles têm para mim: nenhuma;
  2. Adoro rádio e tenho o hábito de ouvi-lo desde que me conheço por gente, ou seja, uma herança paterna das mais importantes e queridas que muito me ajudou a me manter informada e a aprender a separar o joio do trigo, como se dizia antigamente;
  3. Por me dizer velhinha – e sê-lo de fato – reporto-me a fatos que aconteceram quando eu era jovem, mas apenas para não ter que encarar as sacanagens permanentes que fazem o delírio das relações atuais…

Tenho ouvido as propagandas atuais, pouco originais, extremamente chatas e nada criativas… (que saudades imensas do gênio absoluto que recém nos deixou, Washington Olivetto!!!). A foto a seguir é uma das mais sensacionais criações deste gênio.

Dentre elas, escolhi para exercer meu senso crítico, três “especiais” do meu ponto de vista: uma de um banco, outra de um seguro saúde e uma terceira de uma construtora. As três, profundamente irritantes, mas por motivos diferentes!

Não acho que as propagandas tenham que ser verdadeiras, até porque em sua maioria não o são, ou estão a desafiar você para que tenha sua própria opinião a respeito do que está sendo “incensado”.

Mas, ser tão inacreditavelmente mentirosa e estapafúrdia como a do ex-jogador de futebol que garante que, quando caiu, todos viram, mas que as dores provenientes da queda, só ele sentiu – até aí nada de novo no front – mas, eis que ele se reinventa: parabéns!! E arruma um parceiro confiável, que está sempre ao lado dele – um BANCO!!

Péra aí: como é essa história?! “Protegido” em seu empreendimento por um banco cuja goela é das maiores que se conhece, sempre disposto a nos jantar por qualquer caraminguá… Essa sim é, de fato, uma experiência ímpar, absolutamente inédita!… E, pelo que me é dado saber a respeito desse “parceiro”, será também rápida!

Mais uma, igualmente enganosa e ridícula, porque se vale de supostos “depoimentos” nada fidedignos.

A de um plano de saúde para empresas, em que seus segurados se comunicam para trocar impressões sobre a excelência dele e seu profundo interesse neles, assegurados…

Ora, não existe segurado que não saiba que, enfrentar os seguros saúde hoje é doloroso demais… Só são melhores do que… coisa alguma!

Eles te garantem muita espera, erros de montão, burocracia, desrespeito, pedidos de exames que ninguém consulta – a grande maioria porque sequer sabe decifrá-los e estou me referindo aos médicos graduados on line, em faculdades de fundo de quintal…

Finalmente, a terceira propaganda irresistível: de uma construtora que garante que você ainda vai morar num edifício construído por ela!

Na verdade, isso me fez lembrar de um salafrário carioca – o engenheiro Sergio Naya – dono de uma construtora que usava em seus prédios… areia da praia!

Eu não diria que é este o caso, até porque São Paulo está parecendo um paliteiro, lotado de prédios sem qualquer originalidade ou senso estético. Uns ao lado dos outros – e talvez por isso mesmo, devidamente “escorados”…

Mas, é preciso reconhecer que este pessoal inovou em alguma coisa: conseguiu criar correntes de ar e devem ser tão evidentes que resolveram chamá-las de … ventilação cruzada!

Não estive em seus estandes, embora esse pessoal garanta que eu não escapo: que ainda vou morar num edifício construído por eles…

Gente, não vou não: vou fazer de tudo para escapar!

Sylvia Marcia Belinky

Tradutora do inglês, do francês (juramentada), do italiano e do espanhol. Pelas origens, deveria ser também do russo e do alemão. Sou conciliadora no fórum de Pinheiros há mais de 12 anos e ajudo as pessoas a "falarem a mesma língua", traduzindo o que querem dizer: estranhamente, depois de se separarem ou brigarem, deixam de falar o mesmo idioma... Adoro essa atividade, que me transformou em uma pessoa muito melhor! Curto muito escrever: acho que isso é herança familiar... De resto, para mim, as pessoas sempre valem a pena - só não tenho a menor contemplação com a burrice!

Tradutora do inglês, do francês (juramentada), do italiano e do espanhol. Pelas origens, deveria ser também do russo e do alemão. Sou conciliadora no fórum de Pinheiros há mais de 12 anos e ajudo as pessoas a "falarem a mesma língua", traduzindo o que querem dizer: estranhamente, depois de se separarem ou brigarem, deixam de falar o mesmo idioma... Adoro essa atividade, que me transformou em uma pessoa muito melhor! Curto muito escrever: acho que isso é herança familiar... De resto, para mim, as pessoas sempre valem a pena - só não tenho a menor contemplação com a burrice!

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