Mais do que nunca, a política de modo geral, e muito particularmente depois do atentado ao Bolsonaro, tem me dado náuseas.
É fantástico como nos tornamos tão reféns de posts odiosos – e eles o são, todos – a favor ou contra os candidatos; todos revelando uma teoria conspiratória que irá nos aniquilar se ousarmos fazer o que pensamos ser o certo, porque certos mesmo estão todos os “postantes”!
Temiam-se as fake news, mas, agora, é tudo o que temos: tudo nas redes sociais é fake e todos devemos ter, ser ou representar um voto útil contra ou a favor. Contra porque um vai nos levar à ruína moral e o outro também! Mas o voto é obrigatório e, se eu não votar, apreendem meu passaporte; já pensou?!
Dois ou três dias longe das redes sociais e, ao voltar sem fazer alarde, descubro que o inferno está lá; todos os candidatos bem ou mal nos ameaçam: ou por serem burros, ou por serem incultos, ou por serem preconceituosos ou mentirem, por serem pobres e também por serem ricos, claro!…
Sim, mas vamos ao ponto em comum: todos mentem! Então, simbora votar nos mentirosos conhecidos, assim não somos pegos desprevenidos…
Não há muito em que pensar: somos todos fakes, dispostos a dar uma trégua no dia do esquartejamento do candidato. Mas, se estiver vivo no dia seguinte… azar dele!
É inacreditável o que se desenha à nossa frente como futuro: se pensarmos no futuro próximo, poderemos ser governados por um professor universitário travestido de operário ladrão encarcerado ou por um milico ignorante e preconceituoso.
Na nossa política, é preciso reconhecer que aqui todos os votos, não importando de qual região do país, têm o mesmo peso e são parelhos em tudo.
Para encerrar, me vêm a mesma pulga atrás da orelha de anos: será que apenas eu acho estranho que a nossa fabulosa urna eletrônica inviolável, em 20 anos de existência, jamais tenha sido exportada para país algum do mundo?…
Tradutora do inglês, do francês (juramentada), do italiano e do espanhol. Pelas origens, deveria ser também do russo e do alemão. Sou conciliadora no fórum de Pinheiros há mais de 12 anos e ajudo as pessoas a “falarem a mesma língua”, traduzindo o que querem dizer: estranhamente, depois de se separarem ou brigarem, deixam de falar o mesmo idioma… Adoro essa atividade, que me transformou em uma pessoa muito melhor! Curto muito escrever: acho que isso é herança familiar… De resto, para mim, as pessoas sempre valem a pena – só não tenho a menor contemplação com a burrice!