Vem aí uma nova Black Friday, que, supostamente, deve acontecer na última sexta-feira de novembro, como lá na terra outrora tida como de “Tio Sam”!.
Com inflação galopante aqui e inflação grande lá, não tenho muita expectativa quanto à grandes mudanças; aqui, estamos mais do que acostumados com essa tragédia mas lá? Lá a coisa é diferente: eles se imaginam civilizados, muito mais do que nós, sem dúvida alguma: esperemos os resultados do segundo turno da eleição para comprovar isso!
Minhas compras por internet nunca foram o que eu chamaria de “coroadas de êxito” – bem ao contrário – mas estava pensando em tentar a compra de um robô aspirador: você solta pela casa e esquece do assunto – desde que não haja degrau, tapete ou desnível, é claro! Para degraus existe um modelo que tem sensor e ele não cai – claro que, mais maravilhas ele faça, mais caro vai ficando, até chegar a uma cifra em que você vai ficar se perguntando se não foi um despautério ter comprado…
E isso vai, certamente, depender de opinião, exatamente onde eu estava tentando chegar, dado que, antes mesmo da pandemia, de tanto ouvir uma amiga muito querida, eu passei a sonhar com um… tanquinho!!
Para quem não sabe, ou nunca teve um, ele serve para lavar coisas extremamente sujas, engorduradas ou manchadas: você coloca os panos de molho com sabão, ele agita para um lado, para o outro, até que a sujeira desgruda, você troca a água e, magicamente, os panos estão limpos – ao menos, foi assim descrito por ela e eu fiquei fascinada com a ideias de ter tal maravilha!!!
Eu, que simplesmente MORRO DE NOJO de lavar panos de prato ou panos de chão – cada um de nós tem alguma idiossincrasia por algum trabalho de casa e essa é a minha, digamos assim, mais grave – fiquei sonhando acordada com um tanquinho!
Eis que, um belo dia, entrando uma graninha da qual eu podia dispor, fui à luta: “Vou comprar o meu tanquinho e nunca mais vou ter duas pilhas de panos à espera de eu juntar coragem para coloca-los de molho e lavar” – na minha mais do que preciosa máquina de lavar…eeeeeeccccccaaaaa!!
Depois de uma longa espera – a loja que tinha a marca, não tinha o tamanho, a que tinha o tamanho não tinha para “pronta entrega” – eufemismo para uma espera de dois meses no mínimo – e eis que meu “eletrodoméstico dos sonhos” chega!
Noto que de “inho” não tem nada, grande, do tamanho de uma máquina de lavar. Pior: tem o fio muito curto, o que me obriga a fazer uma extensão que passe por cima das torneiras do tanque de lavar roupas, mas tudo bem: e as maravilhas que ele vai fazer?!
Pronto! Extensão feita, descubro que a mangueira para enchê-lo também é curta, e tenho que aproximá-lo muito do tanque de roupas para acoplá-lo: não fica muito confortável, mas acaba dando certo. Encho de panos de chão, de pó, ponho água até cobri-los e pronto: bora por para funcionar!
Surpresa número um: as roupas “nadam” de um lado para o outro e uma hora depois, continuam com a mesma cara suja que tinham antes e a água imunda. Quer água limpa?
Surpresa número dois: a mangueira para escoar a água TAMBÉM é muito curta e não chega até o ralo, o que me obriga a colocar um balde que logo fica cheio, e mais outro, e um terceiro e… acabam os baldes e a lavanderia fica inundada de água suja!
Surpresa número três e a PIOR DE TODAS: o magnífico tanquinho não espreme os panos ainda imundos e, se você vai trocar a água e quer fazê-lo? MÃOS À OBRA, esprema você!
Furibunda da minha existência, chafurdando na água imunda, tenho que trocar a água do famigerado tanquinho para que ele ponha os panos para “nadar romanticamente”…
Finalmente, sem entender bem a TREMENDA utilidade desse famigerado “eletrodoméstico” e já duvidando da “amiga da onça”, coloco minha intrépida e maravilhosa máquina de lavar a postos: num piscar de olhos, tudo lavado, limpo e espremido…
“Vendo tanquinho para 8kg de roupas EM ESTADO DE NOVO, usado apenas duas vezes”.
Que surpresas me reservará o robô aspirador? E a fritadeira sem óleo?
Vá de retro, Black Friday!!
Tradutora do inglês, do francês (juramentada), do italiano e do espanhol. Pelas origens, deveria ser também do russo e do alemão. Sou conciliadora no fórum de Pinheiros há mais de 12 anos e ajudo as pessoas a “falarem a mesma língua”, traduzindo o que querem dizer: estranhamente, depois de se separarem ou brigarem, deixam de falar o mesmo idioma… Adoro essa atividade, que me transformou em uma pessoa muito melhor! Curto muito escrever: acho que isso é herança familiar… De resto, para mim, as pessoas sempre valem a pena – só não tenho a menor contemplação com a burrice!