5 de dezembro de 2024
Colunistas Sylvia Belinky

Nuvem de pernilongos

Para mim, que DETESTO CALOR, este inverno e esta primavera paulistas foram simplesmente aterradores, quando atingimos temperaturas acima de 37 graus. Fico imaginando o que nos espera no verão…

Neste calor senegalesco, todas as pestes se reproduzem: pulgas, baratas, cupins, formigas, moscas e os indefectíveis pernilongos…

Quando pequena, morei em um bairro verde de São Paulo, ainda bastante ermo, que tinha muito pernilongo. Muito, para o parâmetro da época: dois, três por noite, nada que um  travesseiro lançado ao teto não resolvesse: era morte certa para eles se a pontaria fosse boa! O único galho era o fato de o “corpo da vítima” ficar colado no teto e nos enganar no próximo embate!

Hoje, no entanto, temos pernilongos em escala industrial: aos magotes, não nos dão trégua em momento algum e, se fosse o caso, para nos livrarmos deles, teríamos que manter portas e janelas fechadas sempre!

Picam ardido e deixam várias marcas impossíveis de não coçar, dando vôos rasantes com aquele zunido de turbinas ligadas… Parece que caminhamos celeremente para o final dos tempos: até os pernilongos vêm se especializando em tipos mais virulentos, zica, chikungunya, dengue…

Vocês dirão que há certo exagero nisso e vou concordar com essa impressão – que só pode ser  de quem não os têm por perto!

Se ao menos não fizessem barulho e picassem sem alarde nem ardência, eu até concordaria em ser o repasto de uma meia dúzia por noite, mas…

A verdade é uma só: tudo que não é plantado nem cultivado se reproduz muito melhor, exatamente porque, se ninguém plantou, cultivou ou cuidou é porque não é nem querido nem necessário, razão de sobra para crescer, se multiplicar e vicejar mundo afora!

Mas, tenho uma sugestão para campanhas eleitorais eficazes: os senhores vereadores poderiam gastar parte da verba a eles destinada para emporcalhar a cidade, no extermínio dessa praga em seu nascedouro, boa parte nos Rios Pinheiros e Tietê.

Sua atitude de civilidade e real apreço à saúde da população daria um resultado fantástico e garantido: a população agradecida não só votaria neles como até faria propaganda: não se tem notícia de feito tão necessário antes das eleições – depois, então…

Sylvia Marcia Belinky

Tradutora do inglês, do francês (juramentada), do italiano e do espanhol. Pelas origens, deveria ser também do russo e do alemão. Sou conciliadora no fórum de Pinheiros há mais de 12 anos e ajudo as pessoas a "falarem a mesma língua", traduzindo o que querem dizer: estranhamente, depois de se separarem ou brigarem, deixam de falar o mesmo idioma... Adoro essa atividade, que me transformou em uma pessoa muito melhor! Curto muito escrever: acho que isso é herança familiar... De resto, para mim, as pessoas sempre valem a pena - só não tenho a menor contemplação com a burrice!

Tradutora do inglês, do francês (juramentada), do italiano e do espanhol. Pelas origens, deveria ser também do russo e do alemão. Sou conciliadora no fórum de Pinheiros há mais de 12 anos e ajudo as pessoas a "falarem a mesma língua", traduzindo o que querem dizer: estranhamente, depois de se separarem ou brigarem, deixam de falar o mesmo idioma... Adoro essa atividade, que me transformou em uma pessoa muito melhor! Curto muito escrever: acho que isso é herança familiar... De resto, para mim, as pessoas sempre valem a pena - só não tenho a menor contemplação com a burrice!

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