Perguntar não ofende: acabou a glamorização das favelas? Os artistinhas de merda não sobem mais o morro pra dançar funk, ou pegaram o rumo de Miami Beach?
Ouvi na TV muito rapidamente duas menções a “favelas” , no lugar de comunidade? Cadê as novelas martelando que preto é bom e branco é mau?
Poderia ter sido diferente. Não foi só culpa da Globo e seus soldadinhos, aliás, uma das melhores emissoras de TV do mundo, técnica e criativamente falando. O Facebook nos enterrou na cadeira, fazendo as pessoas acreditarem que estão protestando.
Os movimentos que poderiam impulsionar uma nova cultura de protesto nunca existiram, de fato. Prova disso é que os líderes que não estão ocupando cargos públicos estão buscando cargos públicos. Fui defenestrada quando gritei contra as manifestações aos domingos. Tão lindo, né mesmo?
Aviso aos navegantes: a situação não vai mudar. Nada vai sair do lugar, muito pelo contrário, se a nossa inércia e autoengano permanecer. Mudança só interessa a nós. A “inteligência” continua vivendo muito bem, obrigada. E bem longe do centro dos acontecimentos.
Michel Temer decretou a intervenção. Ao modo Temer: sem planejamento, sem recursos, sem propósito.
Intervenção parcial quando deveria destituir o governador e botar um mínimo de ordem na bagaça. Se não destinar recursos — dinheiro grosso — nesse arremedo de intervenção, e rápido, o país vai virar uma baderna.
E nós continuaremos esperando o Salvador da Pátria. Sentadinhos.