28 de abril de 2024
Colunistas Lucia Sweet

“Lady Ballers”

Comédia anti-woke satírica sobre falsos jogadores de basquete masculino no esporte feminino, é um surpreendente sucesso de streaming (a bilheteria digital) desde que foi lançado, em 1º de dezembro. O filme recebeu mais de 5 mil comentários, 94% deles favoráveis. Um deles diz: “É muito revigorante ver uma resposta à besteira esquerdista”.

O filme foi lançado pelo “The Daily Wire”, um estúdio de direita cofundado por Ben Shapiro, uma personalidade conservadora da mídia que declarou que é “hora de explodir a Estrela da Morte, que é o monopólio esquerdista do entretenimento”. (A Disney, por exemplo, está afundando.)

Descrito como “a comédia mais estimulante do ano”, o filme é a história de um técnico fracassado de basquete, Rob, interpretado por Jeremy Boreing, (que também é o diretor e escritor do filme e CEO do The Daily Wire). Inspirado por um ex-aluno que trabalha em um bar de drag queens, Rob remonta seu antigo time de basquete masculino do ensino médio e os convence a competir em uma liga feminina, alegando que são transgêneros.

Eles têm um bom desempenho no campeonato até enfrentar outro time, composto por homens que são melhores no basquete e também se dizem mulheres.

Em uma cena, um homem que participa de um jogo de basquete feminino tem o short puxado para baixo para revelar ao público que tem um pênis. O árbitro diz: “Não me importo”.

“Lady Ballers” apresenta participações especiais de figuras anti-woke, incluindo Ted Cruz, o senador do Texas, e Candace Owens, uma comentarista política conservadora.

O filme recebeu duras críticas da imprensa especializada, que o considera ofensivo. Katelyn Burns, colunista da rede de TV a cabo de esquerda MSNBC, descreveu-o como um “horrível filme de propaganda anti-trans” e uma “fantasia absurda de dominação masculina”.

Apesar da recepção desfavorável da crítica, que o chamou de “transfóbico” e “sem graça”, “Lady Ballers” continua a fazer parte da lista dos 5 filmes mais populares para streaming 15 dias após seu lançamento, de acordo com o site de classificação de audiência Rotten Tomatoes (Tomates Podres).

As pesquisas mostram que é cada vez mais provável que o público americano baseie a sua opinião sobre uma celebridade nas suas opiniões políticas, e não no seu trabalho artístico.

Aqui no Brasil, estamos vendo uma enxurrada de shows de artistas de esquerda que fizeram o “éle” (a letra) serem cancelados por falta de público, apesar de dizerem que são a maioria, diga-se de passagem.

Uma pesquisa de outubro do The Hollywood Reporter descobriu que 25% dos telespectadores não assistiriam a um programa de televisão ou filme se contivesse um membro do elenco cuja política eles não gostassem, enquanto a mesma percentagem deixaria de segui-los nas redes sociais.

Estúdios como o The Daily Wire oferecem refúgio aos telespectadores que estão preocupados com a tendência “woke” de Hollywood e a recusa em lançar comédias que fazem piadas sobre assuntos controversos.

“Angel Studios”, outra plataforma de streaming alternativa, lançou recentemente Sound of Freedom, que os críticos disseram ter conotações da teoria da conspiração QAnon e da preocupação com a exploração sexual infantil.

Quem sabe esses números não incentivem os artistas, cineastas e produtores brasileiros a fazerem comédias sobre o tema, e voltarem a receber o apreço do público e a ganharem milhões com a bilheteria, sem precisarem se submeter a vender seu talento em troca de ideologia. A melhor ideologia para um artista é a Arte. E o povo brasileiro, depois desse ano trágico, precisa voltar a rir. Rir faz bem para a saúde.

N.A.: Texto baseado na crítica do filme publicada no Jornal inglês The Telegraph.

Lucia Sweet

Jornalista, fotógrafa e tradutora.

Jornalista, fotógrafa e tradutora.

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