29 de março de 2024
Ligia Cruz

A dúvida do benefício da dúvida…

Imagem: Arquivo Google – IstoÉ

Sou aquela que sempre concede o benefício da dúvida. Mas confesso que esse caso do João de Deus é como um tijolo descendo enviesado goela abaixo. Espero, sinceramente, que ele possa se explicar, pois os abusos sexuais nunca têm testemunhas. Ninguém acreditava nas vítimas de Roger Abdelmasih. Deu no que deu. Foi preso, foi solto e fugiu.
De um lado mulheres com seus relatos de conteúdos asquerosos, de outro pessoas que não acreditam que o médium seja capaz de cometer perversões. Afinal, qual o intuito de inventarem depoimentos traumáticos de assédio?
Os frequentadores longevos da Casa Dom Inácio de Loyola não acreditam, sob nenhuma hipótese, que o médium esteja envolvido em crimes do gênero. Difícil.
Abadiânia, onde se encontra a Casa Dom Inácio, é uma pequena cidade procurada por gente do mundo inteiro em busca cura espiritual.
O comércio, as pousadas e até os táxis se mantêm em função desses turistas da fé.
Acreditar ou não é uma questão de livre arbítrio.
Aos frequentadores resta aguardar os trâmites das leis. Ao João Teixeira de Farias o direito de defender-se. É assim que deve ser, sem fanatismo e sem julgamento moral dessas mulheres.
Gente de todos continentes tem ido a Abadiânia. Pessoas movidas pela fé, porque lá não tem nada de atrativos. Mas tem uma energia impressionante.
Sob a cidade há jazidas de cristais. O próprio João é dono de mina. Ele não está lá à toa.
Eu nunca foi idólatra, curiosa sim. Não creio que todos que ali trabalham compactuam com abusos sexuais. Principalmente as mulheres. Agora a casa caiu e eu acho bom.

Ligia Maria Cruz

Jornalista, editora e assessora de imprensa. Especializada em transporte, logística e administração de crises na comunicação.

Jornalista, editora e assessora de imprensa. Especializada em transporte, logística e administração de crises na comunicação.

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