25 de abril de 2024
Junia Turra

Somália, acorda pra vida!

NOTA DO EDITOR:
Ontem, a Junia Turra publicou um post citando o atentado na Somália e criticando a circulação de um outro post que algumas pessoas copiaram e colaram ou compartilharam, se’m se preocupar sequer em verificar o que realmente aconteceu e, talvez, o porquê!
Bem, o post que a Junia publicou (Somália, acorda pra vida!), começou a ganhar banhos de História e de conhecimento geopolítico do cenário mundial, promovido pela autora do post inicial, nossa colunista – Junia Turra – e por outra colunista de nosso time – Ligia Maria Cruz.
Fiz questão de publicar esta conversa, transformando-a em uma coluna e farei isso duplamente como homenagem às duas, repetindo a “coluna” em seus espaços respectivos no Boletim.
Sim, sei que publicação em duplicata pode contar contra o veículo, mas não me importo, porque se alguém não ler a coluna da Junia e ler a da Ligia, poderá ver o post e seu desenrolar, em caso contrário, se não ler a da Ligia e ler a da Junia também poderá ver a mesma coisa… o importante é não deixar de ler…
Considero imperdível a leitura desta AULA.
Parabéns às duas… vou omitir comentários de terceiros, porque além de não ter autorização para publicá-los, suas participações não alteram a grandeza do que li e aprendi, embora vários comentários viessem enriquecer o texto final.
Boa leitura…


Junia Turra: Somália, acorda pra vida!
Bando de idiotas que “copia e cola posts sem pensar. Porque são negros têm que falar que são negros num atentado terrorista na Somália? Por acaso você se preocupou com a cor das vítimas no atentado de 11 de Setembro em NY? Em Paris, na Redação do Charlie Hebdo, quantos eram negros ou brancos? No mercado de Natal na Alemanha? E na lama de Mariana? Aprende o que significa racismo, usa este seu sustentáculo capilar acima do pescocinho para pensar. Turn it on!
E querem destaque na mídia? A mídia brasileira não fala no assunto? Mas tem que falar apenas neste assunto? Vai tratar do atentado que virou o seu paiseco. Vai brigar pra ver se melhora esta encrenca. Desviar do assunto principal e jogar a bola pra um Deus qualquer, ah, que simplicidade… e irresponsabilidade. A maioria nem sabe onde fica a Somália e nem o que diz a Constituição do próprio país. Respeito!
Aliás, respeito se adquire com EDUCAÇÃO. Respeito! Todos são iguais perante a Lei, artigo 5 da Constituição Brasileira. Olha para o seu umbigo primeiro. Até quando seremos assim inúteis?
Ligia Maria Cruz: Está cansando isso. A abordagem sobre a Somália nem é essa. A guerra civil já dura 20 anos! O país é dividido por clãs; ou seja, lá negro mata negro há milhares de anos. A cisão é tão profunda que perderam as raízes e foram “islamizados”. Mogadíscio é a capital do inferno; não é só a Al-Shabaab (a al-Qaeda deles) que mata por lá. Eles se aproveitaram do caos interno do país para implantar a sharia. O buraco é bem mais embaixo. Lamentável o atentado que ocorreu, um crime sem precedentes, mas daí a chamar de racismo a falta de comentários da mídia é demais. O fato é que ninguém entende aquilo, salvo exceções. Agora caos tem cor. E aqui temos todas.
Junia Turra: Somália – Guerra Civil – Clãs – cisão – islamizados – Mogadíscio – Al-Shabaab – Al-Qaeda …. e mais a metáfora ¨caos tem cor¨… nem se traduzir. Você falou grego antigo pra turma do bate tambor. Mas se acham, ah… se acham…
Ligia Maria Cruz: Isso não é tudo. Os EUA já bombardearam lá nos anos 1990, sob o pretexto de auxiliar forças da ONU para desmobilizar terroristas. Muito bem. Quem os arma? Arábia Saudita, que é parceira de quem? Dos EUA. Há interesses geopolíticos envolvidos. O próprio país está esfacelado. Ao norte tem a Somalilândia, já separada, e há outras para se desmembrarem.
Junia Turra: E agora seja Trump ou Hillary, com o apoio da Angela “Stasi” Merkel, vão enfiar todas as “vítimas” na Europa. Mas a indústria da solidariedade enfiou milhões de dólares e euros na Somália, milhões no então “último movimento originalmente popular, o tal MST”, milhões no Haiti, na Palestina. Ora, vamos pensar… não resolveu nada? Piorou tudo: violência contra a mulher, pedofilia, grupos radicais foram “inflados” pelos USA.
Ligia Maria Cruz: Exato. Virou modinha pôr bandeirinha de corzinha para se dizer solidário a uma causa. Ah! Mas como você não se preocupa com a coitada da Somália? O país mais corrupto do mundo!!! O povo é responsável pelo mal que sofre como aqui; enchemos o parlamento de merdas e é o que recebemos de troco.
Junia Turra:  Você sabe que num dia dona Merkel enfiou 10 mil africanos na Bavária de uma vez. Mas não vieram de guerra alguma. Não se sabe nem que documento tinham. Não importa. E aí? Viu a eleição na Áustria? O cara novinho do partido Verde que é o “Chefe da Nação” e esquerda, fechou com o pessoal que venceu agora nas urnas e que a mídia adora chamar de “direita” e mandou fechar tudo. Junto com o leste europeu
Entravam um homem, e mais tantas mulheres com criancinhas, meninos e meninas. No final, ele era o macho de todos. Ora, pedofilia, bigamia, e tirar dinheiro do contribuinte. Ah, indústria do coitadismo. São 50 milhões de euros que a Alemanha terá que pagar para sustentar esses lindos “asiladinhos”: não trabalham porque não têm cidadania alemã, são mantidos mamando nas tetas, casa, comida, tudo… e os alemães de burro de carga. Vocês vão ver no que vai dar. Mídia toda cerceada por Merkel. E a turma busca alternativas, porque PENSA. Não é copia e cola.
Ligia Maria Cruz: Não vejo ninguém bonzinho nessas intervenções. Há sempre interesses e que se danem os mais fracos.
Junia Turra: É isto que faz a tecnologia ter valor. Eu e uma amiga não sabíamos do que você  falou aí. E já estou correndo atrás, e lendo… em várias fontes. Todo mundo pode, mas pra quê? Gritar palavrinhas de ordem fica mais fácil.
Ligia, ainda não vi um velhinho vítima da Síria, nem criancinhas. Só nas matérias recomendadas da Merdel. A cada atentado, ela manda enfiar reportagem e se pronuncia dizendo que “são casos isolados e estas pessoas têm problemas psicológicos por causa dos europeus”, ahahahahaha!
Ligia Maria Cruz: Só pra esquentar o caldo, a Somália já foi controlada por britânicos e italianos (lembram da Abissínia, Segunda Guerra? É lá!). Na antiguidade, a Somália chegou a competir com o Egito dos faraós, procure por Reino de Axum. Muito interessante! E ver o que virou é de doer. Tudo por briga de grupos étnicos e fundamentalismo religioso.
Junia Turra: É por essas e outras que as pessoas estão se fechando e se dividindo: para não virarem uma massa de manobra nivelada por baixo como os americanos e afins. Veja a Catalunha. Chega de sustentar reizinho que mata elefante, com genro que constrói hotéis e marinas em Cuba com dinheiro público.
Ligia, ah, você me deu um trabalhão. Obaaaa, minha ignorância cada vez é maior, mas eu tento diminuí-la. Tento mesmo… sabia por pinceladas e quase a ponto de misturar Abissínia com Abisinto e juro que não bebi uma gotinha, rs.
Ligia Maria Cruz: A Catalunha, desde os romanos, se vê como um país. Há cisões culturais profundas na Espanha. Não sou separatista, mas ando pensando.
Junia Turra: Ligia, infelizmente, voltaremos aos tempos da Idade Média com burgos, reinos aqui e ali. Ou não sobrevivem. O que, aliás, não é nenhuma novidade para este povo guerreiro por milhares de anos.
Ligia Maria Cruz: Hahahaha, mais uma: lembra de um dos Reis magos, o negro obviamente, que levava incenso e mirra? Então era somali. O país é produtor também de ouro. Vai dando para entender quanto tempo aquela região desperta interesse (Etiópia também no rolo). A miséria da região foi muito bem construída.
Junia Turra: como tenho escutado de pessoas equilibradas, não de gritaria ruminante: desnecessário o que dona Merkel fez junto com o amigo Bobama (dívida estratosférica dos USA, principalmente externa graças à incompetência dele), Hilllary e Sauditas, etc… MAS JÁ QUE O FIZERAM, veio o Brexit, os ingleses não têm mais como aguentar a turma entrando por lá, então, saíram das garras de Merkel, até o Macron disse: querida, sem documento entrando nas nossas fronteiras, pardon, mas nãããão. E na Espanha o movimento é o mesmo. Idem na Itália. Veremos…
Olha que interessante: “Alemanha” ou “Alemania” é a região ocupada pela tribo dos alemães, anteriores aos romanos, ali, aquela turma de godos, visigodos, e afins. ALEMÃES são o povo da tribo que ocupa parte da Floresta Negra, Bavária e Suíça, incluindo Berna. O alemão que falam é o mesmo, o mesmo costume. Quem nasceu em Colônia, não é alemão, nem quem nasceu em Berlim, mas, quem nasceu em Berna é! E eles estão se juntando de novo. Mas em Banânia, se não ocorrer o mesmo, ah…. sem comentários. Tem que separar para reunificar depois. No momento, do jeito em que as coisas chegaram? Não tem jeito.
Ligia Maria Cruz: A Alemanha teve a chance de se livrar da Merkel; mas quem sou eu pra meter o bico sem me envergar pelo que está acontecendo aqui? É um rolo só. Quando me meto a pesquisar sobre a ocupação da Europa eu piro. É como o Big Bang. Encolhe e expande. Fico pensando como seria o Brasil com estados autônomos. Alguns nem sobreviveriam. Quem pagaria a folha de servidores públicos?
Junia Turra: ah, a mordomia ia acabar: carros à disposição com motoristas e assessores e verbas extras. Seria muito interessante… caminhamos em sintonia, sempre observando, pensando, repensando, desconstruindo, começando de novo, jogando achismos e certezas no lixo. Quanta coisa errada eu já achei definitiva… Ligia, não funciona assim. Merkel faz parte de um partido conservador. O então mais conservador da Alemanha. Não havia mais partidos de direita. Ela esteve à frente de uma máquina espetacular, uma Europa com a Alemanha administrando espetacularmente e garantindo mais e mais aos países mais pobres do continente, qualidade de vida e menos pobreza. Sim, a Europa não é rica e nem esbanja consumismo e o egoísmo do indivíduo rico da América de Norte a Sul.
A desigualdade social não é como no Brasil. Ninguém tem piscina em casa: nadam nos rios, lagos, termas. Nem empregados tem. Acham coisa de escravidão. Tudo público, da Saúde à Educação. Não usam os carros à toa, vão de bike, vão de trem, vão a pé ou de ônibus. O filho do Lehmann ou do Schumi vai para a mesma escola do desempregado. O agregado do presidente, chanceler, político qualquer, paga a sua passagem . Nem a Merkel tem quarto particular em hospital. Ninguém tem se não tiver doença infectocontagiosa. O marido dela procura passagem barata para viajar e não pega carona em avião das Forças Armadas.
Ela primeiro, na eleicao anterior, jogou a bandeira da Alemanha no lixo num evento assim que anunciaram a bandeira dela. Mas o vídeo sumiu do mapa. E pegou todos de surpresa com a merda que fez, alucinadamente. E foi rápida. Cercou a mídia, age como stasi – você sabe do que falo.
O partido de esquerda o Die Linke não apoia o que ela faz. E dissidentes do CDU e gente de gerações que vieram para a Alemanha, sim, do Iraque, da África, fugidos desses lixos que ela envia agora, e que não vem de guerra nenhuma, não querem ser exterminados na Alemanha. …. Como ela vai pagar 50 milhões de Euros por ano para sustentar os inúteis que ela deixou entrar. Quem paga a conta? Ah, quem se aposentará na próxima década não tem dinheiro a receber. Como fica?
Então recriaram da tumba o AFD. E bateram quase nos 15%, do nadaaaa. Sabe o que é isso? Muito. Esqueça a Matemática. Pense em Politica. Jogo de xadrez. MerDel não ganhou. Você está muito enganada… Deu um golpe inesperado enfiando a bandidagem, porque não tem mais guerra na Síria, mas grupos isolados mandando bala uns nos outros. E nem a esquerda alemã apoiou. Estranho, não? E foi este golpe que derrubou a distinta, afundando o partido dela. Mas a canalhada que quer poder, inerente ao ser humano, viu a boquinha se abrir, alemães são humanos. Então, o que diferencia um alemão de um brasileiro? A lei, o cumprimento dela. E a igualdade no cumprimento da lei. Agora? Ah, aparece a chance de virar Bréjil. Será? Ah, o povo não segue mais a mídia normal, vai para a alternativa, mas leem, se informam, questionam… Sobre a Alemanha, o Brasil não sabe naaaada. Nem como funciona a eleição. Muito menos o sistema de governo.
Vou explicar: O cidadão alemão vota num partido e num candidato da região. Pode ser de outro partido, distinto daquele que ele votou. Lembrando que o eleitor pode votar antecipado por carta, caso vá viajar e não puder comparecer ao local de votação. O eleitor então escolheu o Parlamento: Bundestag. O partido com mais de 50% dos votos escolhe o chanceler. O CDU de Merkel despencou mas ficou em primeiro. Só que precisa de coalisão ou nada feito. Então, com a esquerda tradicional? Nem pensar. Vieram os Liberais do FDP e o Partido Verde (Die Grüner). Ambos partidos tradicionais e levaram uma surra do recém-nascido AFD.
Pra encerrar: se você repetir “os alemães tiveram a chance de optar por outro e escolheram Merkel”. Errou! Não escolheram. Foi o máximo possível diante de um golpe inesperado. E o Brasil? Vive um permanente estado golpista. Quem dá o golpe a cada eleição e mandato são os políticos que são reeleitos e se perpetuam no poder. O povo não tem a menor chance. Tem? E eu te pergunto. Você compactua com isto? Logo….
Ligia Maria Cruz: Perfeita análise Junia. Para mim foi um erro gigantesco a colonização da África. Os europeus não assimilaram nada das culturas ancestrais dos povos. Ao contrário impuseram as suas tão díspares e acabaram aprofundando o fosso das diferenças. O que eram antes, confrontos étnicos, tornaram-se disputas de poder econômico. Não é à toa o tanto de países corruptos naquele continente. Quando sentiram o peso dos mercados distanciaram-se de suas culturas. A África virou um desastre com tantas imposições. Agora a herança disso tudo pesa. Esse povo que foge de guerras civis imagina que a sorte de uma vida digna está depois do Mediterrâneo. Foi o que também ouviram por séculos. Muitos são oportunistas e marginais procurando uma boquinha, mas a maioria foge da miséria e do massacre promovido pelos islâmicos fundamentalistas. Os que procuram acolhida na Alemanha, desconheço o perfil, mas acho inevitável esse refluxo.
O mais legal disso tudo é o debate aberto e o compartilhamento de conhecimento e impressões. Infelizmente, mesmo com a Merkel aí, não há comparação com a nossa situação. Ainda está muito longe para o Brasil ser uma nação. Seguimos pela dor mesmo. Vamos estudar gente! Melhor que ver TV… Rs
Junia Turra: Para os coleguinhas mal-intencionados ou mal informados pela mídia tupiniquim, e a CNN, o Yahoo, UOL, etc e tal: o AFD não é nazista (mas a Merkel é, além de ser antissemita tem milhares de ações impetradas contra ela por tentar destruir o próprio povo e descumprir a Constituição e repetir a aliança com a Turquia). O AFD não é direita. Passa longe da Le Pen. O AFD tem intelectuais, economistas, filhos de imigrantes, e imigrantes de todas as partes do planeta, que são alemães, se sentem alemães e não querem repetir situações que já viveram com o caos que esta dona doida impôs à Europa. E alto lá: a Áustria parou uma vez os islâmicos. Parou agora de novo a empreitada da doidona. Aliança com o Leste Europeu. E o conservador russo virou o senhor Putin? Estranho, não? Ele era comunista, alto escalão da KGB. Quem é a esquerda? Hillary, Obama, Lula… Of course, not! Elementar, meu caro Watson! Esta gente é bandida. Ponto. Ah, e tem muitos que não são centro e nem direita, são também bandidos: Merkel, Aécio, FHC, etc e tal.

Junia Turra

Jornalista internacional, diretora de TV, atualmente atuando no exterior.

Jornalista internacional, diretora de TV, atualmente atuando no exterior.

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