17 de março de 2025
Junia Turra

Mas, ontem eu recebi um TELEGRAMA…

As pessoas criticam o “sistema”.

Mas caem como patos naquilo que o sistema tenta impor.

Brincam de Direita, mas acham que ser atualizado e ter conhecimento é usar o palavrório do momento.

E que é o mesmo palavrório que a esquerda usa, se for pra mugir, saem todos mugindo.

Isso é falta de alcance, de visão de mundo.

E deixa exposta uma ansiedade impressionante em mostrar que se é “pós-moderno”.

Infelizmente, muitos não conseguem sequer conjugar o verbo SER!

Seja para escrever ou para dar sentido à própria existência.

Aí não dá pra entender Leminski, Fernando Pessoa, Cecília Meireles, as letras de Noel Rosa, Lupicínio Rodrigues, Cazuza e nem o Telegrama do Zeca Baleiro.

Muito menos perceber o estrago da tal Linguagem de Libras que não tem resultado porque provoca déficit de atenção numa porcentagem impressionante.

Ah, e cuidado ao criticar a Dilma.

O cachorro atrás da criança pode ser uma bela metáfora.

A comunicação tem códigos tão variáveis, um algo cheio de nuances.

E a manipulação dela é algo espetacular.

Passa pelo Id, Ego e Superego, pelos Serviços Secretos…

Passa por Shakespeare, Freud e Jung, atravessa a Escola de Frankfurt, mergulha no mundo eslavo com primor, deixando Mr. Peirce ali tentando saber porque a mesa é mesa, e o seu presidente é seu, mas não meu, ou porque o presidente que era seu e que era de tantos outros, para os tantos outros já deu.

Anota aí…

Não é preciso sair do lugar para buscar algo mais, mas é preciso fugir do lugar comum…

Ser é algo bem maior. Parecer que ser não é Ser. Ser é algo bem mais simples. Ser é pessoal.

Aquele que não se basta enquanto indivíduo e não consegue conviver consigo mesmo, com o silêncio das horas, corre um sério risco de fazer coro com os bobos da Corte, adeptos da amostragem de palavras non sense, jogadas propositadamente para atualizar o vocabulário e eliminar a raiz principal, destruir os regionalismos e fazer com que você e os outros deixem de ser indivíduos para virar marionetes do sistema.

Olha aí as palavrinhas lixo: empoderamento e resiliência

Sinceramente…

Se quer usar vocabulário que impressione, vá ler Guimarães Rosa. Compre o livro ” Grandes Sertão, Veredas”.

Está lá, escrito nele:

“Eu acho que nada não sei, mas desconfio de muita coisa”.

Deixa de ser trouxa . Pior que trouxa, é ser trouxa metido a besta.

Junia Turra

Jornalista internacional, diretora de TV, atualmente atuando no exterior.

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Jornalista internacional, diretora de TV, atualmente atuando no exterior.

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