As pessoas criticam o “sistema”.
Mas caem como patos naquilo que o sistema tenta impor.
Brincam de Direita, mas acham que ser atualizado e ter conhecimento é usar o palavrório do momento.
E que é o mesmo palavrório que a esquerda usa, se for pra mugir, saem todos mugindo.
Isso é falta de alcance, de visão de mundo.
E deixa exposta uma ansiedade impressionante em mostrar que se é “pós-moderno”.
Infelizmente, muitos não conseguem sequer conjugar o verbo SER!
Seja para escrever ou para dar sentido à própria existência.
Aí não dá pra entender Leminski, Fernando Pessoa, Cecília Meireles, as letras de Noel Rosa, Lupicínio Rodrigues, Cazuza e nem o Telegrama do Zeca Baleiro.
Muito menos perceber o estrago da tal Linguagem de Libras que não tem resultado porque provoca déficit de atenção numa porcentagem impressionante.
Ah, e cuidado ao criticar a Dilma.
O cachorro atrás da criança pode ser uma bela metáfora.
A comunicação tem códigos tão variáveis, um algo cheio de nuances.
E a manipulação dela é algo espetacular.
Passa pelo Id, Ego e Superego, pelos Serviços Secretos…
Passa por Shakespeare, Freud e Jung, atravessa a Escola de Frankfurt, mergulha no mundo eslavo com primor, deixando Mr. Peirce ali tentando saber porque a mesa é mesa, e o seu presidente é seu, mas não meu, ou porque o presidente que era seu e que era de tantos outros, para os tantos outros já deu.
Anota aí…
Não é preciso sair do lugar para buscar algo mais, mas é preciso fugir do lugar comum…
Ser é algo bem maior. Parecer que ser não é Ser. Ser é algo bem mais simples. Ser é pessoal.
Aquele que não se basta enquanto indivíduo e não consegue conviver consigo mesmo, com o silêncio das horas, corre um sério risco de fazer coro com os bobos da Corte, adeptos da amostragem de palavras non sense, jogadas propositadamente para atualizar o vocabulário e eliminar a raiz principal, destruir os regionalismos e fazer com que você e os outros deixem de ser indivíduos para virar marionetes do sistema.
Olha aí as palavrinhas lixo: empoderamento e resiliência
Sinceramente…
Se quer usar vocabulário que impressione, vá ler Guimarães Rosa. Compre o livro ” Grandes Sertão, Veredas”.
Está lá, escrito nele:
“Eu acho que nada não sei, mas desconfio de muita coisa”.
Deixa de ser trouxa . Pior que trouxa, é ser trouxa metido a besta.


Jornalista internacional, diretora de TV, atualmente atuando no exterior.