19 de abril de 2024
Colunistas Ilmar Penna Marinho

Não mentireis, nem usareis de falsidade

O belo quadro “A Verdade saindo do poço” de Jean-León Gérôme, inspirou no século 19 a parábola do encontro da Verdade com a Mentira. O dia está bonito, diz a Mentira. A Verdade vê o céu azul, lindo.

Passeiam e chegam num poço. A Mentira diz: – A água está deliciosa.

A Verdade acaricia a delícia. Tomam banho juntas, nuas.

Mal se banham, a Mentira sai da água e veste as roupas da Verdade e foge longe.

A Verdade, sem roupas, enfrenta o desprezo das pessoas, que desviam os olhares com raiva da verdade nua.

Volta ao poço humilhada e desaparece para sempre, escondendo ali a sua vergonha.

Vamos nos vacinar contra as mentiras?

Como a serpente da Bíblia, infelizmente, os opositores do governo recorrem em plena pandemia às mais deslavadas mentiras e difamações para semear a discórdia e desestabilizar as instituições.

Negam a verdade dos fatos e afrontam a ordem jurídica constitucional.

Vive-se tempos difíceis, em que o Congresso e o Supremo se revezam nas ambições de poder. Vale tudo, inclusive fechar os olhos para a corrupção.

O Senado, com a sua golpista CPI da Covid, apresentou, depois de 6 meses de sensacionalismo midiático, o vergonhoso Relatório investigativo, que entroniza a mentira e sepulta a verdade.

Tudo previamente conspirado para tentar derrubar um Presidente da República, eleito democraticamente.

As mentiras imperam no labirinto documental da CPI, festejado pela sórdida mídia, saudosa dos governos financiadores de obras em Cuba, Venezuela, Bolívia, Equador, Moçambique, numa afronta às necessidades básicas de nossa população carente.

As mil e tantas páginas do desacreditado Relatório celebram as mentiras, forjadas por um Tribunal de Inquisição de senadores com processos penais, dormitando nas trevas do Supremo.

A negação da Verdade é mais flagrante quando associada à atual reação do STF à Operação Lava-Jato.

Os Supremos Togados, como que repetem o patético final da Operação Mãos Limpas na Itália, quando entre 1992 a 1994, condenou 872 empresários e 438 parlamentares e depois sofreu uma reação aniquiladora do Parlamento. As sanções a políticos envolvidos em escândalos de corrupção “se tornaram virtualmente inexistentes”.

O Supremo se esmerou: mentiu, ao julgar que não havia uma jurisprudência dominante no Tribunal sobre a prisão em 2ª instância. Mentiu, criando uma nova hermenêutica para soltar o ex-presidiário-ex-presidente Lula, condenado em todas as instâncias judiciais, e torná-lo candidato em 2022.

Ficou ainda uma decisão pendente: saber se todas as sentenças condenatórias do Lula devem ser anuladas e os R$ 5,2 bilhões recuperados pela Lava-Jato serão devolvidos aos denunciados.

Enquanto as hostes oposicionistas mentem, o governo federal comemora a vacinação em massa contra a Covid. Um recorde mundial com 115 milhões de pessoas imunizadas, 55% da população, e uma vigorosa redução das internações e dos óbitos.

Livre da prisão e “colocando-se à disposição do povo”, Lula proclamou a frase genocida, ocultada pela mídia, de que “ainda bem que natureza, contra a vontade da humanidade, criou esse monstro chamado coronavírus”.

A recente pesquisa da Poderdata, dirigida para a volta ao passado da corrupção, continua ainda enganando de que Lula está bem na frente na corrida presidencial…

Até quando a Mentira, travestida de verdade, poluirá o céu verde amarelo da democracia?

Com fé em Deus, a Verdade vencerá e derrotará a serpente da mentira.

Ilmar Penna Marinho Jr

Advogado da Petrobras, jornalista, Master of Compatível Law pela Georgetown University, Washington.

Advogado da Petrobras, jornalista, Master of Compatível Law pela Georgetown University, Washington.

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