Chevrolet S10 High Country 2022Chevrolet S10 High Country 2022 | Henrique Koifman
Como dá para notar só de olhar pra ela, a Chevrolet S10 High Country não é exatamente o veículo mais apropriado para se ter e usar em uma cidade grande como o Rio de Janeiro. Nem ela, nem nenhuma de suas concorrentes diretas, aliás. Afinal, são 5,4 metros de comprimento e quase 1,90 de largura para navegar em congestionamentos, passar em ruas às vezes bem estreitas e – eis a cereja (azeda) do bolo estacionar em vagas raramente compatíveis com suas medidas. Mas, acredite, durante a semana que passei com ela, não só consegui superar essas e outras dificuldades (fazendo algumas adaptações na rotina e também concessões), como me diverti bastante.
É claro que o fato de já estar acostumado a guiar modelos desse porte ajuda muito. Só de S10, em diferentes versões, foram pelo menos uma quatro nos últimos anos. Aliás, posto aqui embaixo o vídeo com minha avaliação da High Country 2020, virtualmente o mesmo carro, a não ser por alguns detalhes dos quais falo mais adiante. Naquela ocasião, tive a oportunidade de testar o carro em todos os tipos de caminhos, em cidade, estrada e roça; asfalto bom, ruim e nenhum. O post sobre aquele test-drive aqui do blog está neste link aqui: https://blogs.oglobo.globo.com/rebimboca/post/afinal-vale-pagar-mais-pela-versao-top-de-linha-da-s10.html .
Mesma receita, poucas novidades
Em relação ao modelo desses post e vídeo anteriores, a principal diferença está na cara, quer dizer, na frente: a grade, que agora tem um desenho mais parecido com o das picapes norte-americanas, com mais partes em preto e a “gravatinha do general” deslocada para a esquerda.
No mais, a High Country segue a receita que há tempos é usada nessas versões mais caprichadas das picapes brasileiras, com bom acabamento, recursos de conforto e acessórios, para se tornar um pouco mais interessante para “o dono da fazenda” que, quem sabe, assim vai preferi-la a um SUV – que, cá entre nós, a despeito do maior conforto e arrojo, na maioria dos casos nessa faixa de preço tem mais pose do que aptidão para caminhos ruins e maltratos em geral.
Por cerca de R$ 245 mil, essa top de linha oferece bancos em padrão de couro com regulagem elétrica (motorista), multimídia com bons recursos de conectividade (como carregamento sem fio para celular e Wi-Fi para até sete aparelhos, que o transforma uma “LAN picape”), ar-condicionado digital, luzes diurnas de LED e uma quantidade considerável de acessórios visuais e revestimentos caprichados.
E, o mais importante, também fazem parte dos ingredientes recursos de segurança, como seis air-bags, controles de tração, estabilidade e de manutenção de faixa, aviso de ponto cego e um sensível alerta de colisão frontal com frenagem de emergência automática (a até 80 km/h), que, durante meu teste, chegou a entrar em ação num momento em que eu já estava freando (provavelmente por ter avaliado que minha força no pedal seria insuficiente).
São esses pacotes que fazem com que a High Country custe um pouco mais (cerca de 4%, nas minhas contas) que a versão que vem logo abaixo dela na tabela, a LTZ. Taí um gasto a mais muito bem-feito.
Diversão em movimento
Rodando na cidade, a graça está justamente no tamanho “maior que o dos outros”, na posição elevada (mesmo) de guiar, com boa visibilidade (para uma picape) e um desejável respeito dos demais participantes do trânsito. Vá lá, a manobrabilidade é apenas razoável, se comparada à de um carro comum, pois as rodas e pneus enormes não ajudam muito o esterçamento, e ela, especialmente quando está vazia, quica com vontade sobre calombos e buracos.
Mas nada disso estraga o prazer de ouvir o ronco animado do motor turbodiesel que rende 200cv de potência e 51 kgfm de torque, e torna qualquer arrancada ou retomada mais vigorosa divertida. Segundo os dados de fábrica, ela faz de zero a 100 km/h em pouco mais de 10 segundos, chegando a 180 km/h de máxima limitada eletronicamente.
O câmbio automático de seis marchas não é exatamente rápido, mas também não chega a amarrar o desempenho. E, claro, evita que você se canse ao dirigir esse quase caminhãozinho. No mais, é lembrar de que se não se trata de um carro “comum”, ter mais cuidado nas curvas, começar a frear um pouco antes e manter uma distância ainda mais precavida dos demais veículos.
Para ver tudo isso em ação e conhecer mais detalhes sobre a S10, volto a convidá-lo a assistir ao vídeo do link lá de cima.
S10 High Country 2022 – Ficha técnica (dados do fabricante)
Motor: dianteiro, longitudinal, 4 cilindros, 2.800cc, turbinado, a diesel, com 200cv de potência e 51 kgfm de torque.
Desempenho: Velocidade máxima: 180 km/h, Aceleração 0-100 km/h: 10,3 segundos
Consumo médio (km/l): Cidade 8,5, estrada 10,6 (nossa medição)
Transmissão: Câmbio automático de 6 marchas com modo manual,
Tração traseira com opção 4×4 e reduzida
Direção: com assistência elétrica
Freios: Dianteiros a disco ventilados, traseiros a tambor
Suspensão: Dianteira independente com braços articulados, molas helicoidais, barra estabilizadora e amortecedores telescópicos hidráulicos pressurizados; Traseira com feixe de molas semielípticas de 2 estágios e amortecedores telescópicos hidráulicos pressurizados
Dimensões (mm):
Comprimento total 5.408, Largura (carroceria) 1.874, Largura total (espelho a espelho) 2.132, Altura (máx.) 1.847, Distância entre eixos 3.096
Altura do compartimento de carga 584, vão-livre do solo: 228
Caçamba: Comprimento 1.484, Largura 1.534
Capacidades (litros): Tanque de combustível 76, Caçamba (até a borda) 1.061
Rodas e pneus: Rodas em Alumínio 7,5J x 18, Pneus 265/60 R18″
Peso em ordem de marcha: 2.101 kg
Capacidade de carga: 1108 kg
Preço: a partir de R$ 244.930
Fonte: Blog Rebimboca