Eis aí mais uma foto estilo “túnel do tempo”. Nela, este seu amigo aqui faz pose ao volante de um Honda CRX, em 1993. A imagem faz parte daquele conjunto que achei durante esse já longo distanciamento social, se sair de casa, arrumando gavetas, armários e HDs. Como comentei em posts anteriores e que também mostram modelos hoje já antigos, as fotos são todas do comecinho dos 1990s, feitas durante alguns dos meus primeiros test-drives, para a antiga revista Ele Ela, onda trabalhava como redator e “multicolunista” – escrevendo, entre outros assuntos, sobre música, gastronomia, cinema, turismo…
O Brasil acabara de reabrir as importações de automóveis e recebi a missão de criar uma seção fixa sobre carros para a publicação. A ideia do departamento comercial era, com o “gancho” das matérias, conseguir alguns anúncios das várias concessionárias de importados que começavam a pipocar por aqui. Sinceramente, não me lembro se venderam muitos desses anúncios. Meu trabalho era bem divertido e, também, o começo da realização de um sonho de criança: poder dirigir vários carros diferentes.
O Carro
No caso desse Hondinha targa, tratava-se de uma versão encolhida, em mecânica e parte dos traços, da linha Civic da época – uma das melhores safras desses carros, diga-se de passagem. tanto que, nos EUA, ele era vendido como “Honda Civic Del Sol”. Meu test-drive se limitou a um dia, retirando o modelinho da concessionária pela manhã e devolvendo-o no final da tarde.
Equipada com um motor 1.6 de 16 válvulas, que rendia empolgantes 160cv naquela versão Si e pesando menos de 1.200 kg, o carrinho era muito esperto e muito gostoso de dirigir. Me lembro de que ele era bem simples de acabamento e que fiquei impressionado com sua aceleração nervosinha, com a estabilidade que tinha nas curvas mais fechadas, e com o ronco do motor, que já tinha um daqueles endiabrados comandos de válvulas V-Tec da Honda e gostava de girar alto. Curti, também, a posição de dirigir, bem rente ao chão, como num verdadeiro esportivo.
Na versão que eu testei, o teto inteiriço removível do tipo “transtop” era colocado e retirado por uma intrincada e não muito rápida operação eletrificada de braços, clics e clacs, sendo guardado no porta-malas. A impressão que dava era que, junto com o carro, vinha uma espécie de robô japonês, especialmente criado para aquela operação. Um sistema tão complexo que aumentava o peso do carro em mais uns 100 kg (ou mais) em relação à sua versão mais simples, com teto manual. Isso fora o espaço que o motor da engenhoca roubava do porta-malas.
Como esses sistemas eram raros aqui no Brasil naqueles tempos, parar aquele carro na praia e acionar a coisa era garantia de atrair uma pequena multidão. E foi isso que acabamos fazendo quando paramos na Praia do Recreio, para fazer as fotos para a revista – entre elas, claro, essa em que eu faço figuração.
Produzidos entre 1992 e 1998, uma quantidade relativamente pequena desses carros, estimada em cerca de 300 unidades, foi importada oficialmente, do Japão, para o Brasil e, hoje, é raro encontrar um em bom estado para comprar – o que faz com que sejam bem valorizados. Se eu pudesse, comprava um.
Motor Honda V-tec 1.6 do CRX 193
Honda CRX Vti 1993 Ficha técnica (dados do fabricante/Internet)
Motor: 1.6 com 16 válvulas e comando duplo variável (V-Tec), dianteiro, transversal
Potência: 160 cv (a 7.600 rpm)
Torque: 15,5 kgfm (a 7.000 rpm)
Câmbio manual com 5 marchas
Tração dianteiras
Direção com assistência hidráulica
Freios a disco, ventilados na dianteira, sólidos na traseiras
Dimensões (mm):
Comprimento 4.005, largura 1.695, altura 1.255 e entre-eixos 2.371
Peso: 1.144
Capacidades (litros)
Tanque de combustível: 45
Porta-malas: 190
Desempenho:
Aceleração de 0 a 100 km/h em 8,4 segundos
Velocidade máxima de 215 km/h
Fonte: Blog Rebimboca
Jornalista, blogueiro e motorista amador.