Este comecinho de 2022 tirou das concessionárias, de uma só vez, uma série de modelos veteranos e versões, de várias marcas. De memória, menciono os Fiat Uno, Grand Siena e Doblò (abaixo), os Chevrolet Joy (acima) e Joy Plus e o Renault Sandero RS. Antes, no último trimestre do ano passado, “morrera” o VW Fox. Alguns deles até vendiam razoavelmente bem, especialmente neste período em que há mais procura do que oferta de veículos novos no mercado. Além disso, para as montadoras, fabricar e vender produtos por mais tempo é quase sempre vantajoso. Então, por que se foram?
É claro que o fato de já estarem, cada um de seu modo, defasados em relação à concorrência, tendo cumprido seu ciclo de vida, pesa e muito para a aposentadoria. Mas o que definiu este período especificamente para saírem de linha foi a entrada em vigor, neste mês de janeiro, da fase L7 do Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores, o Proconve. Ela traz regras ainda mais rígidas para as emissões de gases poluentes pelos carros novos, implicando, entre outras coisas, em alterações em componentes dos carros, como o catalisador – que deverá ter durabilidade maior – e o filtro de vapores do tanque de combustível.
Enquanto os modelos mais recentes já nasceram adequados a essas exigências, os mais antigos (como o Uno, acima) precisariam receber atualizações que exigiriam investimentos e alterações em seu processo de produção. Fazendo as contas, as montadoras optaram por usar esses recursos em novos projetos e ações de marketing para seus para carros novos. (Abaixo, o VW Fox)
No caso do interessante Renault Sandero RS (abaixo), como já havíamos mencionado aqui na Rebimboca, a produção já era reduzidíssima. Equipado com um antigo motor 2.0 aspirado, ele se tornou ainda mais ecologicamente incorreto para as ruas. Os motores, aliás, são o principal motivo para a defasagem. Não por acaso, a Stellantis está, também, retirando de seus carros (Fiat Argo e Toro e Jeep Renegade) o veterano 1.8 E.torQ, substituído por opções mais modernas – como o 1.3 turbo GSE de 185cv.
Joy só para exportação
Já em relação ao Chevrolet Joy (abaixo) e de seu sedã, o Joy Plus – ambos versões básicas da geração anterior do best-seller Onix –, a aposentadoria se limitou ao mercado brasileiro. Ambos continuarão, ao menos por enquanto, sendo fabricados aqui para serem exportados para outros países em que essas regras ainda são tão rígidas.
Como em toda a mudança de legislação para produtos – carros ou quaisquer outros, salvo representem algum tipo de risco ao consumidor –, claro, esses e outros modelos fora de linha terão seus prazos de garantia respeitados e poderão continuar a circular pelas ruas e estradas brasileiras, sem nenhuma restrição, até o fim de seus dias. Daí que, se você estiver interessado em algum deles e conseguir achar um exemplar novo em uma concessionária com um bom desconto, pode valer a pena comprá-lo.
Fonte: Blog Rebimboca