A frente fria está aí mas parece que aparece um sol amanhã. Com sol, tudo fica suportável.
O New York Times fez um necrológio do cacique Aritana, um dos grandes nomes do Alto Xingu. Um tratamento que os jornais brasileiros não deram.
Leio hoje que Bolsonaro já aprovou 28 agrotóxicos diferentes. Alguns ruralistas defendem esse crescimento. Os intelectuais a serviço deles, ou mesmo apenas por uma visão ideológica de direita, também estão prontos para mostrar que não há nada demais nisso.
Mas a Rússia já reclamou da soja, com excesso de glifosato e a Nestlé recusou uma partida de café brasileiro também pela presença de muito veneno.
Ao lado da destruição da Amazônia , o uso excessivo de agrotóxico pode ser fatal para os produtos brasileiros no mercado internacional.
A aposta que fazem é esta: o mundo precisa de nossos alimentos e terá de comprá-los de qualquer jeito. É uma aposta suicida, mas o que fazer?
A notícia do dia no Brasil foi o rompimento de uma barragem no Ceará, daquela obra inaugurada por Bolsonaro no meio do ano. As imagens eram assustadoras mas parece que a população de Jati já pode voltar para suas casas e que os reparos serão feitos sem grande perigo. Ninguém ficou ferido.
Domingo é dia da decisão da Liga dos Campeões em Lisboa. Há mutos jogos aqui no Brasil mas o melhor é não vê-los porque o desnível é tão grande e você fica se perguntando se até o futebol está acabando no Brasil.
Por falar em decadência, recebi um belo livro esta semana. Seu autor é o libanês Amin Malouf, radicado na França. O título: Naufrágio das Civilizações. Ele conta a história de sua juventude no Vale do Nilo e da riqueza da cultura árabe. Em seguida, mostra as escolhas e descaminhos que transformaram o mundo árabe, jogando-o na insegurança e no desespero que inspiram legiões de suicida.
Ao anoitecer a vida, costumamos olhar nossa juventude como um tempo mágico, ele ressalta. No entanto, quando olho para trás, para os anos 50 e 60, sinto que o Brasil prometia muito mais do que realmente cumpriu. Mas isso é outra história, qualquer dia volto a ela.
Com ou sem sol, um bom domingo.
Fonte: Blog do Gabeira