Um dia depois de União Europeia barrar a entrada de brasileiros, a China decidiu suspender a compra de carne de três frigoríficos do país: JBS, Mafrisa e Minuano.
Dois desses frigoríficos estão no Rio Grande do Sul e um no Mato Grosso. A razão do veto chinês muito possivelmente é a existência de muitos trabalhadores atingidos pela Covid 19 nesses frigoríficos.
Interessante notar que isto não é um problema nacional. Trabalhadores em frigoríficos norte-americanos também sofreram muito. No auge da crise, alguns lugares foram fechados.
E é também necessário lembrar que uma nova cepa de gripe surgiu esta semana na China. Ela se parece que a H1N1 e apareceu também numa criação de porcos.
Muita gente já começou a discutir a maneira como se criam e matam os animais que alimentam o mundo. Eles são confinados em espaços mínimos, alguns entupidos de antibióticos e a sensação geral é de que são uma fonte permanente de epidemias.
Creio que esse tema deve ser colocado na agenda, quando se discutirem as mudanças provocadas pelo coronavírus.
A China já prometeu controlar o consumo de animais selvagens, vendidos nos mercados populares.
Mas as grandes criações e frigoríficos precisam passar por uma revisão. Há duas razões para isso: a segurança biológica, despertada pela epidemia de coronavírus e a mudança na consciência de parte da juventude.
A crueldade com os animais, ainda que sejam os que transformados em alimentos, começa a ser questionada.
Noticias sobre desemprego no Brasil mostram que 7,8 milhões de pessoas perderam seus postos de trabalho até maio, como resultado da pandemia.
Isso é apenas um dado da profunda crise econômica que enfrentamos. Por isso, acho estranho Bolsonaro dizer que o país vai para a frente com a harmonia entre os poderes.
Claro que a harmonia dos poderes é algo que ajuda. Mas de nada adianta a harmonia de poderes medíocres e impotentes diante de uma nova e desafiadora situação.
Belotelli finalmente caiu. Tenho um certo constrangimento em continuar falando disso. Ele foi desmentido em dois países, Argentina e Alemanha, acusado de plagiar 70 por cento do texto de sua tese e desmentido pela Fundação Getúlio Vargas.
Vamos deixá-lo em paz. Os comentaristas agora discutem se a ala ideológica vai superar a ala militar e apontar o novo ministro.
Governo cheio de alas, parece uma escola de samba. Como diz o José Simão, quem sabe a ala da baianas não encontra um nome?
Fonte: Blog do Gabeira