A crise que prometia estourar amanhã, no futebol, com um manifesto dos jogadores depois do jogo com o Paraguai, arrefeceu.
Parece um pouco essas furacões que têm um grau elevado de intensidade no mar mas vão perdendo força ao chegar à praia.
Os jogadores vão disputar a Copa América e devem lançar um manifesto com algumas lamentações.
Desde o princípio, duvidei um pouco dessa rebelião anunciada. Na tevê, até cheguei a dizer que o Neymar, para quem a CPI da Pandemia, apelou, não é de intensas lutas políticas e sociais.
Os rapazes do futebol brasileiro não são, por exemplo, como os atletas da NBA americana que, em certos momentos, confrontaram o presidente Trump com naturalidade, apesar das ameaças do governo.
A crise parece ter sido atenuada também pelo fato do presidente da CBF ter sido afastado. Rogerio Caboclo é acusado de assédio sexual e algumas gravacões com a secretaria acabaram vazando.
Caso perdido. Os próprios patrocinadores da seleção devem estar aliviados com o afastamento de Caboclo. Os tempos mudaram e hoje já não se admite esse tipo de assédio que pode ter acontecido impunemente no passado.
Os tempos são duros contra a CBF. Alguns de seus membros já foram processados e um deles preso nos Estados Unidos, isto por corrupção.
Um escândalo que vai pedir passagem é esse do inquérito sobre atividades antidemocráticas. Alexandre Moraes suspendeu o sigilo do processo e alguns jornais noticiam que a PF localizou e-mails de contas fantasmas sendo emitidos do Congresso, do Palácio do Planalto e até da casa de Bolsonaro.
Uma dessas contas era acionada por um grupo de artilharia do Exército. Nós que pensávamos que estavam ali para disparar balas reais contra inimigos externos, descobrimos agora que passam seu tempo disparando e-mails e tuites contra os adversários de Bolsonaro.
Gastamos uma fortuna com as Forças Armadas. Seria razoável esperar algo em troca.
Esta será uma semana cheia. Deus queira que haja um tempinho para água e para os livros. Passaram-se os 14 dias depois da minha segunda vacina. Em tese estou imunizado. Mas por via das dúvidas, comporto-me com todos os cuidados. Inclusive , se tiver chance vou me vacinar também contra a gripe, pois o processo já começou também.
Hoje vou parar por aqui. Fiquei relativamente feliz por terem licenciado um remédio contra Alzheimer nos Estados Unidos. É uma doença que já se abateu sobre muitos conhecidos e familiares de amigos. Recentemente, foi dramatizada no filme Meu Pai, com o excelente Anthony Hopkins.
Quando deputado, tentei junto ao Ministro José Serra falar um pouco sobre a necessidade de uma política para o Alzheimer. Na época, o tema ainda era verde no Brasil, apesar de uma comissão francesa ter produzido um amplo relatório sobre a doença e possíveis políticas.
Uma coisa é certa: quando o Alzheimer se abate na família, ela fica muito sobrecarregada. Nem todos têm condições financeiras de contratar cuidadores por 24 horas. Era preciso pensar numa forma de ajudar essas famílias.
Nesse momento de pandemia, está difícil discutir. Se negam o coronavírus, o Alzheimer então parece uma nuvem distante.
Fonte: Blog do Gabeira