Não pode haver história mais dramática do que essa da interrupção dos testes da Coronavac pela Anvisa.
O presidente Bolsonaro comemorou a morte de um voluntário e disse que isso era mais uma vitória sua contra a vacina de João Dória.
Ainda não se sabe exatamente o que houve com o voluntário. Correu uma notícia de que teria se suicidado. Dificilmente isto seria uma decorrência da vacina.
O problema é que a Anvisa não se comunicou com o Instituto Butantã. Bolsonaro lançou a história em suas redes sociais afirmando que a vacina de origem chinesa traz morte e anomalia.
Infelizmente está parecendo exploração política. Infelizmente porque é impensável o presidente comemorar como vitória a morte de um voluntário e zombar de esforços para salvar vidas.
Até o momento, é isto que aconteceu. Bolsonaro acha que a vacina oriunda da China é a vacina de João Dória, logo é necessário torpedeá-la. Não leva em conta o dinheiro gasto até aqui, os esforços do Instituto Butantã, a apreensão de voluntários diante de tantas acusações lançadas contra a vacina pelo presidente.
De um modo geral, Bolsonaro é contra vacinas. Ele flerta com o movimento antivacina que ao lado dos terraplanistas são dois delírios modernos.
Bolsonaro chegou a afirmar que era melhor investir em remédio do que em vacina. Ele é contra esse instrumento, é contra a China e é contra João Dória.
Dificilmente será impedido de seguir em suas loucuras. Um negacionista no governo foi talvez o pior problema que o Brasil teve nessa pandemia. A história vai julgá-lo severamente.
Fonte: Blog do Gabeira