Com a virada do ano, intensas chuvas de verão, creio que concluí meu plano de trabalho para 2021, mesmo sabendo que talvez não possa realizá-lo no espaço de 12 meses.
Avanço nas pesquisas para um novo livro e creio que tomará grande parte do meu tempo livre.
Continuarei escrevendo o diário e sou muito agradecido a presença de todos. Escrevo muito rapidamente, sem pesar as palavras, às vezes sem acentuá-las ou mesmo digitá-las corretamente. Nem sempre será assim.
Seguirei também no intenso trabalho jornalístico, se possível retomando o esforço de mostrar o Brasil. É essencial trabalhar para garantir uma existência digna. Isso em si, já preenche muitas expectativas.
No entanto, sinto falta de um espaço fora da realidade, com um toque de magia que me faça suportar as asperezas do cotidiano, desculpar mal entendidos, esquecer miudezas e mesquinharias. Enfim, alguma coisa a mais, embora ela tenha de ser cavada nas mínimas dobras do tempo.
Na minha cabeça, algumas prioridades na vida social permanecem nítidas. A primeira delas é insistência na vacinação, a tentativa de não só pressionar o governo mas contribuir com tudo que apressar esse indispensável processo.
A segunda prioridade é de um prazo mais longo. Trata-se da discussão sobre a retomada. Acabou a ajuda emergencial. Ela ajudou num momento mas não estará presente no ano que entra.
Muita gente continuará na miséria. A economia precisa ser retomada de forma sustentável. Em todos os lugares do mundo, a retomada verde é a grande diretiva.
No caso brasileiro, considerando a riqueza dos nossos recursos naturais e sua importância para o mundo, uma retomada verde seria decisivo.
Infelizmente, o governo não vê por esse ângulo, apesar da disponibilidade de capitais para isto e também o esforço concentrado de poderosos governos na direção de uma economia de baixo carbono.
Portanto, as linhas básicas do trabalho jornalístico, no curto e médio prazo, também estão dadas.
A verdade é que começar o ano com tudo mais ou menos claro na cabeça é apenas modestamente confortante. Sabemos que a realidade, sobretudo no Brasil, sempre nos apresentará surpresas. O imprevisto e o próprio absurdo nos espreitam.
Mas a verdade é que se não houver imprevistos, mudanças de rumo, revisões, as coisas seriam monótonas. Os planos são um modesto mapa que não sabemos precisamente onde nos levará.
Fonte: Blog do Gabeira