O processo de vacinação anda meio lento no mundo. Sobretudo nos Estados Unidos, onde se esperava um ritmo mais intenso.
Creio que Israel é o país que encontrou o ritmo adequado mais rapidamente. Eles têm uma tradição de proximidade com a ciência.
Interessante que Bolsonaro diz se inspirar em Israel. Mas parece que sua simpatia em relação ao país está mais ancorada nas profecias evangélicas da reaparição do Cristo naquela região do mundo.
Aliás, essa proximidade evangélica com Israel está presente no público americano e surpreendentemente até nos morros do Brasil.
O Globo de hoje publica matéria dizendo que a milícia se tornou evangélica e decidiu também assumir alguns símbolos de Israel, o miliciano quer ser chamado de Aarão.
Essas profecias evangélicas não deveriam ser fascinantes para os judeus. Elas prevêem a volta de Cristo, um grande combate no qual um terço dos judeus desaparece e o que restar vai se converter ao cristianismo.
Voltando à vaca fria. Muitas cidades estão prontas para a vacinação. Isto quer dizer que têm estrutura para vacinar e também seringas e agulhas.
Falta vacina, no entanto. A Anvisa autorizou a importação de dois milhões de doses para o Rio. Já deveriam ter autorizado há muito tempo, assim como já deveriam ter aprovado a vacina de Oxford-AstraZeneca.
Países que não teriam tanta urgência já a aprovaram. É o caso da Argentina que trabalha com a Sputnik russa, aliás parecida com a de Oxford. Tão parecida que russos e ingleses vão tentar fundir as duas.
Da mesma forma, a India aprovou a vacina de Oxford-AstraZeneca. E a Índia produziu sua própria vacina e possivelmente vai usá-la maciçamente nos próximos dias.
Continuo achando que é preciso um núcleo que acompanhe o processo e cobre rapidez do governo.
Bolsonaro não vê urgência. Sua última aparição em Ilha Grande mostra que está ainda o espírito de férias de fim de ano.
Pessoas que estavam na praia questionam a espontaneidade daquela aglomeração. Acham que foi ensaiada e havia uma claque preparada para aplaudir Bolsonaro e insultar Dória.
De qualquer maneira, o ano que entra de fato amanhã, será o ano marcado pela vacinação. Sem ela, patinaremos na crise.
Fonte: Blog do Gabeira