Hoje o noticiário amanheceu com a prisão de Crivella. É em torno de uma denúncia antiga, o QG da Propina, que inclusive resultou num fracassado pedido de impeachment.
O Ministério Público afirma que investiga desde 2018 e só decidiu pela prisão agora porque alguns elementos chaves do processo chegaram na última hora, como, por exemplo, a homologação de uma delação premiada.
São muitos os fatos denunciados e só colaboradores entre empresários já devolveram cerca de R$ 60 milhões.
A prisão de Crivella encerra, aparentemente, uma fase política no Rio em que não sobrou quase ninguém solto.
É também um desgaste político para Bolsonaro pois Crivella era o seu candidato e a família do presidente escolheu os Republicanos como partido no Rio.
Enquanto nos debatemos aqui com as consequências do processo de corrupção, a pandemia avança no Rio e em São Paulo já provocou uma regressão à fase vermelha, na qual só podem funcionar serviços essenciais.
O ideal aqui seria fazer com que a nova equipe de saúde já comece a trabalhar e aproveite esses nove dias para tomar algumas decisões urgentes e se posicionar para o ano que vem.
Soube que a esquerda anda me malhando porque escrevi que Bolsonaro poderia ser contido pelas instituições se o problema fosse apenas o avanço autoritário. Foi o Ministério Público do Rio que desvendeu as rachadinhas no gabinete de Flávio Bolsonaro e mandou prender Fabricio Queiroz. Foi um marco que fez recuar as manifestações anti democráticas e empurrou Bolsonaro para uma tradicional política do toma lá dá .
Passei três anos criticando solitariamente os erros que acabariam tornando a eleição de Bolsonaro difícil de ser impedida.
E a esquerda quer me fazer culpado por milhões de pessoas terem se voltado contra ela.
Ninguém olha para dentro, a culpa sempre está nos outros. Estou acostumado a ser morto e sepultado simbolicamente. Não me faz perder o foco, aliás nos dois trabalhos do dia, o podcast e um artigo para o Estadão, examinei o ano que entra sobre o prisma da vacina. Quase tudo depende dela, inclusive qualquer hipótese de recuperação econômica.
Fonte: Blog do Gabeira