Os jornais dão grande destaque hoje ao currículo de Kassio Marques, o indicado por Bolsonaro para o STF.
Parece que os cursos de pós graduação em Salamanca, La Coruña e Messina, este na Itália, são fakes.
O futuro ministro argumenta que houve erro de tradução, que os cursos não correspondem ao conceito de pós-graduação no Brasil.
O futuro ministro tem um apoio amplo dos políticos que nada mais detém sua escolha. Vão argumentar que houve mesmo erro de tradução e repetir aquela velha analogia tradutor-traidor.
Se o caso fosse para a justiça, a vitória de Marques seria mais tranquila ainda, pois já recebeu a bênção de Gilmar, almoçou na casa de Toffoli e assistiu a um jogo inteiro do Palmeiras contra o Ceará. Enfim, cumpriu com louvor, o ritual de iniciação.
Os bolsonaristas reclamam nas redes. Eles não perceberam que Queiroz foi preso e houve uma mudança de rumo ali. Bolsonaro sentiu que tinha o telhado de vidros, buscou o apoio do Centrão e a bênção do Supremo.
Entre bolsonaristas decepcionados e o esquema de Brasília, ele não hesita mais. Há uma reeleição mas isso se resolve com um grande programa assistencial. Será mais amplo ainda que o Bolsa Família e incluirá milhões de invisíveis.
Com isso, opiniões passam a ser importantes na disputa eleitoral mas não chegam nem de longe às decisões movidas pelo estômago e a necessidade de sobrevivência.
O grande esquema de Brasília precisa de alguma estabilidade. Essa é a maneira com que será mais uma vez articulada.
Dará certo? Não sei
Sei apenas que o sol sumiu hoje e que haverá um grande debate entre Kamala Harris e Mike Pence na tevê.
Creio que ela se sairá bem. O debate é uma antevisão do futuro. Trump e Biden estão no fim da linha. Pence e Harris podem ser a cara da nova disputa entre democratas e republicanos.
Prefiro alguém que acredite no aquecimento global, na gravidade da Covid19 e na necessidade de se combater o racismo.
Tudo isso ajudaria a melhorar também a atmosfera no Brasil.
Fonte: Blog do Gabeira