Fim de semana, hoje é dia de um olhar mais detido nos jornais do mundo. Os jornais ingleses ainda falam muito do Príncipe Philip mas a vacina comprada pelo Brasil, a Astrazeneca, continua com problemas.Um lote produzido na Europa está sendo examinado pela empresa e ela vai suspender a produção europeia por duas semanas.
O Primeiro Ministro italiano Mario Draghi fez algumas críticas à demora na entrega da Astrazeneca e sugeriu que a empresa pode ter vendido o mesmo produto três ou quatro vezes.
Além disso, há o problema dos coágulos que não parece tão sério assim, pois atingiu 79 pessoas num universo de 20 milhões de vacinados.
Na Itália, aparecem denúncias de que, em algumas regiões, as prioridades de vacinar trabalhadores de saúde foram quebradas, por parentes, amigos, enfim um processo que conhecemos por aqui.
Aliás, no Brasil o caso mais rumoroso foi aquele de Belo Horizonte, no qual 600 pessoas se fizeram vacinar por uma falsa enfermeira que aplicou soro fisiológico. É um caso moderno de conto do vigário, um tipo de logro que existe para punir pessoas aparentemente espertas, que são enganadas tentando enganar.
Esta semana a Covid-19 levou dois grandes nomes da nossa cultura: Alfredo Bosi e Ismael Ivo. Bosi um intelectual que se dedicou também a crítica literária e fez uma historia concise da literature brasileira Muito respeito e amado pelos que o conhecera.
Ismael Ivo, um coreógrafo e dançarino de grande talento que nasceu em São Paulo e passou um tempo no exterior.
A dança moderna brasileira, embora não tenha tantos recursos como a norte-americana, é muito respeitada no mundo, Ismael Ivo, grupos como O Corpo e o de Deborah Colker são muito conhecidos pelos admiradores.
Em 2018, estava em Moscou, quando Deborah Colker e seu grupo ganharam um prêmio internacional de dança, disputando com grandes nomes do mundo, numa cidade onde a dança é muito valorizada.
Já que estamos falando de cultura, o Globo de hoje publica uma reportagem em que várias pessoas, algumas da periferia das grandes cidades, desmentem a tese de que apenas os ricos leem livros no Brasil.
Hoje, o país atinge a marca de 350 mil mortes por Covid e as previsões da Fiocruz são de problemas nas estruturas hospitalares do centro-oeste e do sul, nos próximos dias, que devem sentir o peso da grande demanda por leitos e UTIs.
Os dias no Rio de Janeiro são maravilhosos como têm sido nos meses de abril de outros anos. Mas agora paira sobre todos nós essa grande tragédia.
Infelizmente, Bolsonaro, assim como Trump, viu a pandemia como uma grande ameaça à sua reeleição. E passou a negá-la com grande entusiasmo.
Se formos escrever a história da pandemia no Brasil ela pode ser articulada em torno da luta contra a orientação científica e o negacionismo. Alguns observadores, como o diretor do Butantan, Dr. Dimas Covas, acha que o negacionismo está vencendo. Digo que a luta ainda não acabou, embora 350 mil mortos ou mais até julho, podem representar uma vitória amarga, caso consigamos estancar a pandemia.
Hoje dia 10 foi dia do aniversário de Maya. Senti não estar lá para dar um abraço. Bem que tentei, querida filha.
Fonte: Blog do Gabeira