A cibersegurança deixou de ser um diferencial estratégico para se tornar uma obrigação em um mundo cada vez mais digital. Não é apenas uma questão de proteger sistemas e redes, mas de garantir a continuidade de negócios, preservar a privacidade de indivíduos e evitar prejuízos financeiros. Com bilhões de ataques cibernéticos registrados anualmente, a segurança digital é essencial tanto para empresas quanto para cidadãos comuns.
O cenário brasileiro: números alarmantes
De acordo com o FortiGuard Labs, o Brasil registrou 60 bilhões de tentativas de ataques cibernéticos em 2023, um número menor que as 103 bilhões de 2022, mas isso não deve ser interpretado como um alívio. A tendência global aponta para uma diminuição de ataques massivos e um aumento de explorações mais sofisticadas, utilizando variantes avançadas de malware e ransomware.
Especialistas destacam que 64% das empresas brasileiras já sofreram tentativas de fraude ou ataques cibernéticos. Além disso, das 18 variantes de malware mais disseminadas globalmente, 13 são de origem brasileira, incluindo o conhecido Cavalo de Troia. Esses dados mostram que o país ainda precisa avançar muito na maturidade de cibersegurança, especialmente em setores como varejo e serviços, que frequentemente se tornam alvos de ataques.
Por que cidadão também são alvos?
Não são apenas empresas que sofrem os impactos de crimes cibernéticos. Cidadãos comuns estão cada vez mais vulneráveis a ataques direcionados, como phishing, ransomware e roubo de identidade. Os criminosos sabem que usuários individuais muitas vezes não possuem as mesmas proteções robustas que grandes corporações.
Com a adoção em massa da transformação digital e o crescimento do trabalho remoto, o “perímetro” de segurança se deslocou para onde o usuário está. Isso significa que proteger dispositivos pessoais e redes domésticas é tão crucial quanto proteger grandes sistemas corporativos.
O avanço da tecnologia e a nova realidade dos ataques
A inovação tecnológica é uma faca de dois gumes. Assim como a inteligência artificial (IA) e a computação em nuvem têm revolucionado setores como saúde, economia e ciência, elas também estão sendo usadas por criminosos para criar ataques mais sofisticados.
Conforme os agentes maliciosos utilizam IA para desenvolver phishing mais convincente e malwares mais avançados, as empresas também precisam adotar essas ferramentas para proteger seus dados. Henrique Reis enfatiza que a segurança deve ser integrada desde a concepção de qualquer novo projeto, especialmente aplicativos e serviços conectados.
A solução: educação, investimento e estratégias integradas
Para enfrentar esses desafios, é necessário adotar uma abordagem de segurança que envolva tanto tecnologia quanto conscientização.
Para cidadãos:
· Adotar hábitos seguros, como senhas robustas e autenticação em duas etapa
· Manter softwares e dispositivos atualizados para corrigir vulnerabilidades
· Investir em soluções de segurança doméstica, como antivírus confiáveis.
Para empresas:
· Integração de IA em soluções de segurança, como as tecnologias avançadas da Huawei, que oferecem proteção multilayer contra ransomware e ferramentas de visibilidade abrangente;
· Educação contínua de colaboradores, especialmente em setores menos maduros, como varejo e serviços;
· Encarar a cibersegurança como investimento estratégico, não como custo. Empresas que não priorizam segurança podem sofrer danos reputacionais irreparáveis, além de interrupções operacionais graves.
Concluímos…
No atual cenário digital, não existe solução 100% eficaz contra ataques cibernéticos, mas é possível minimizar os riscos significativamente. Para isso, é essencial combinar tecnologia de ponta, educação e práticas de segurança robustas.
A cibersegurança não é uma escolha; é uma necessidade urgente que afeta a todos. Seja você um cidadão que faz compras online ou uma grande corporação gerenciando milhões de dados sensíveis, a proteção digital é a chave para preservar a confiança, a continuidade e o futuro no mundo conectado. Como disse Henrique Reis, “a segurança precisa nascer junto com a solução”.
Neste contexto, a pergunta não é mais “se serei alvo de um ataque?”, mas “estou preparado para me defender quando isso acontecer?”. A resposta está em nossas ações, investimentos e conscientização diários
Bruno César Teixeira de Oliveira, com uma carreira sólida na gestão de riscos, compliance e prevenção a fraudes em instituições financeiras.