25 de abril de 2024
Adriano de Aquino Colunistas

Yeilis Torres Cruz

Yeilis Torres Cruz, ex-procuradora da Suprema Corte de Cuba, foi libertada em 21 de abril, após dez meses de prisão.

Imagem: Google Imagens – Latin America News

Ser preso político em Cuba é coisa corriqueira. Assim como é corriqueira a tentativa de fuga do país.

Yeilis, passou quase um ano sob investigação por um imbróglio, tapas e agressões, envolvendo o locutor oficial Humberto López. Dois dias depois de ser acusada, Yeilis Torres Cruz, 34, foi enviada para o centro de detenção de 100 y Aldabó. Mais tarde, ela foi transferida para a prisão Mulheres do Oeste, em El Guatao, no município de La Lisa, em Havana. Após ser libertada da prisão, Yeilis embarcou em uma balsa para deixar a ilha e foi interceptada pelas autoridades norte-americanas em alto mar e está nas mãos da Imigração dos Estados Unidos,informou a ativista Dairis González Ravelo por meio do Facebook.

No navio, conta González em seu vídeo, “fizeram uma lista para deportar as 17 pessoas que a acompanhariam para Cuba”. No entanto, continua a ativista, “Yeilis não foi deportada para Cuba”.

González Revelo também afirma que a família da ex-promotora sabe que no navio ela “gritou” para ser comunicada à deputada cubana-americana María Elvira Salazar, que não sabem onde ela está na Imigração. “Yeilis Torres foi exilada de Cuba, porque saiu da ilha em um barco ilegal, a única maneira que tinha para sair de Cuba, acrescenta a ativista.

Torres Cruz, diz Gónzález, estava acompanhada de dois opositores que participaram dos protestos de 11 de julho.

Em maio do ano passado, Torres foi acusada de “ataque”[ao locutor oficial] e recebeu medida cautelar de prisão domiciliar, logo após tentar denunciar um atentado contra o apresentador Humberto López.

Em entrevista ao 14ymedio, ela denunciou que López a agrediu e tentou tirar o celular dela quando ele estava saindo de um prédio em Havana. A cena que foi transmitida em seu perfil no Facebook.

“Humbertico, como você está? Você pode explicar ao mundo por que você está aqui na casa de uma querida [amante] e que tem uma esposa?”, perguntou Torres a López. Em seguida, quando o apresentador pede à mulher que se identifique ela responde que é ativista dos Direitos Humanos. Mais tarde vê-se uma luta que ficou registrada.

O fato se enquadra como uma ameaça à ‘democracia'(sic)cubana, na pessoa do locutor oficial da TV Estatal.

Dez meses depois de permanecer presa, sem condenação, a Promotoria Provincial de Havana determinou que não era necessário submeter seu caso à Corte e impôs uma multa de 3.000 pesos.

Torres disse então que não concordava com a multa, porque não cometeu crime, mas que pagaria porque era pior estar presa. E embora a Procuradoria tenha especificado em um documento que Yeilis havia assumido “uma atitude de arrependimento”, que era mãe e estava grávida, ela disse que era mentira e que foi liberada por causa dos problemas renais que tinha.

Esta semana, a ativista Daniela Rojo também divulgou que está em um centro de refugiados em Frankfurt, na Alemanha, onde pediu asilo político junto com seus dois filhos.

A jovem arquiteta foi moderadora da plataforma do Arquipélago em Guanabacoa, que apoia iniciativa da marcha convocada para 15 de novembro em toda Cuba. Embora já não pertença à organização da oposição, foi um dos membros que mais sofreu assédio e ameaças por parte da Segurança do Estado.

Nos últimos meses, uma das estratégias usadas pelo regime contra ativistas e opositores foi forçá-los ao exílio em massa. Foi o caso, por exemplo, do artista Hamlet Lavastida, da poetisa Katherine Bisquet, do rapper Denis Solís e do dramaturgo Yunior García Aguilera, todos considerados ameaças à ‘democracia’ cubana.

Em resumo; dissidentes do regime cubano tem duas opções 1- passar anos nas prisões 2- arriscar a vida na perigosa travessia do mar que os separa da liberdade.

Fonte: 14Ymedio

Adriano de Aquino

Artista visual. Participou da exposição Opinião 65 MAM/RJ. Propostas 66 São Paulo, sala especial "Em Busca da Essência" Bienal de São Paulo e diversas exposições individuais no Brasil e no exterior. Foi diretor dos Museus da FUNARJ, Secretário de Estado de Cultura do Rio de Janeiro, diretor do Instituto Nacional de Artes Plásticas /FUNARTE e outras atividades de gestão pública em política cultural.

Artista visual. Participou da exposição Opinião 65 MAM/RJ. Propostas 66 São Paulo, sala especial "Em Busca da Essência" Bienal de São Paulo e diversas exposições individuais no Brasil e no exterior. Foi diretor dos Museus da FUNARJ, Secretário de Estado de Cultura do Rio de Janeiro, diretor do Instituto Nacional de Artes Plásticas /FUNARTE e outras atividades de gestão pública em política cultural.

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