Alguns ‘resistentes’ e oposicionistas de primeira hora estão esmerilhando o discurso de parlatório do presidente empossado, voltado para o povo, onde ele retomou temas de campanha.Para empolgar a plateia ele enfatizou seu combate ao socialismo.
Esmerilharam o discurso a ponto de encontrarem uma pérola; ‘o Brasil jamais foi socialista’.
Não sei como classificar essa pérola! É falsa ou autêntica?
Apenas sei que na feira de bugigangas discursivas, o ‘socialismo’ sempre foi vendido como pedra de toque dos governos ditos progressistas.
Em uma entrevista ao jornalista americano Greenwald, Lula afirmou que o PT tinha pontos de convergência com partidos da esquerda da Bolívia, da Venezuela, do Equador e Cuba, e que ele e Dilma, gostariam de alinhar o Brasil na mesma rota. Em certo trecho Lula fala da amarração com o SPD alemão, os trabalhistas ingleses,o partido socialista francês e espanhol.
No trecho mais eloquente da entrevista Lula diz que “o PT nem sequer definiu o tipo de socialismo que quer, porque o PT acredita que o socialismo será construção; será construído pelo povo; não será o PT e meia dúzia de intelectuais que dirão que tipo de socialismo queremos. “
Sim! Do ponto de vista da ortodoxia ideológica e dos métodos adotados para a continuísmo no poder, Lula e o PT são pérolas falsas, revestidas com banhos de socialismo retórico.
Entretanto, a “construção [do socialismo que] será construído pelo povo” fracassou não apenas por falta de coerência ideológica, mas por excessivo aparelhamento do Estado, incompetência administrativa e porque as empreiteiras encarregadas da obra tinham como meta transferir recursos públicos para contas secretas em paraísos fiscais, onde alguns ‘socialistas’ se converteram em capitalistas internacionais desalmados.
Assim, o sonho de um ‘socialismo’ construído pelo povo se tornou um pesadelo para a população.
Essa é uma critica pertinente, inclusive de correntes da esquerda, ao projeto lulopetista.
Agora, o presidente empossado não precisa fazer muito esforço para embargar uma obra que ruiu por erros de calculo e excesso de peso da corrupção.
Artista visual. Participou da exposição Opinião 65 MAM/RJ. Propostas 66 São Paulo, sala especial “Em Busca da Essência” Bienal de São Paulo e diversas exposições individuais no Brasil e no exterior. Foi diretor dos Museus da FUNARJ, Secretário de Estado de Cultura do Rio de Janeiro, diretor do Instituto Nacional de Artes Plásticas /FUNARTE e outras atividades de gestão pública em política cultural.